Metropolitan Opera cria cargo dedicado a promover a diversidade

A Metropolitan Opera House de Nova York anunciou na segunda-feira, dia 25, a contratação de Marcia Sells para ocupar o recém-criado posto de Oficial Chefe de Diversidade. Ex-bailarina e promotora assistente no Brooklyn, ela terá como função “criar programas dedicados à equidade e à inclusão” na instituição.

Sells vai responder diretamente ao diretor geral do Metropolitan, Peter Gelb, e será responsável por comandar o departamento de recursos humanos, além de estabelecer novas diretrizes que, segundo o anúncio oficial, irão guiar toda a companhia – inclusive seu conselho de administração. 

“Entre suas primeiras funções estará conceber um plano de diversidade, equidade e inclusão que possa ser implementado nas contratações e nos planejamentos artísticos. Ela também vai examinar desigualdades estruturais e trabalhar com o departamento de Marketing e Desenvolvimento para ampliar o público e a base de doadores da companhia”, diz o comunicado do Metropolitan.

“Às vezes, eventos horríveis, como a morte de George Floyd, catalisam as pessoas, e elas se dão conta de que isso é algo que precisamos fazer, no Metropolitan e em todo o mundo das artes”, disse Sells em entrevista ao New York Times, referindo-se ao assassinato de Floyd por um policial no primeiro semestre de 2020, que levou a manifestações em todo o mundo por meio do movimento Black Lives Matter.

A Filarmônica de Nova York, motivada também pelo episódio, já havia anunciado no ano passado medidas para lidar com o preconceito racial e a falta de diversidade em seus quadros de funcionários e em sua programação (leia mais aqui).

“É um passo consciente dado por uma instituição de peso em uma indústria na qual alguns cantores negros, incluindo Leontyne Price e Jessye Norman, encontraram a fama, mas na qual a diversidade ainda é pequena nas orquestras e nos postos de liderança”, escreveu o jornalista Joshua Barone sobre a contratação de Sells.

Uma pesquisa realizada pelo site Middle Class Artists revelou, no começo de 2020, que, entre os cantores regulares na história da Metropolitan Opera House de Nova York, apenas 3% eram negros. 

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