Nelson Rubens Kunze: Feliz Ano Novo!

Retrospectiva 2023: Nelson Rubens Kunze, diretor-editor da Revista CONCERTO

O ano de 2023 foi bom para a música clássica e para a ópera no Brasil. Passada a pandemia – e com uma nova postura do setor público federal em relação à cultura –, a atividade de apresentações e gravações praticamente se restabeleceu e esteve bem animada. Mais do que isso, a música clássica voltou com uma maior presença e participação. 

Foi o que se viu em um número inédito de encomendas estreadas durante o ano, tanto de música de câmara e sinfônica com também de óperas. No caso das óperas, mesmo muitos dos títulos tradicionais receberam encenações que dialogaram com as questões da contemporaneidade, como o ótimo O Guarani do Theatro Municipal de São Paulo. A música clássica, como uma arte histórica e um dos maiores patrimônio da humanidade, demanda reinvenção e nos desafia em sua interpretação. Ela é veículo de valores, de identificação, de formação, de conhecimento, de questionamento, de criação e de muitas outras coisas mais. A música clássica é música viva!

Nossas principais orquestras – Osesp, Filarmônica de Minas Gerais, Ospa e OSB à frente – seguiram com importantes temporadas e também outros grupos, como Opes, Osusp, Orquestra Filarmônica de Goiás, Orquestra Sinfônica de Paraná, Amazonas Filarmônica ou Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, por exemplo, desenvolveram trabalhos consistentes. A esse quadro acrescente-se o incrível trabalho realizado pelos projetos de inclusão social que, além de sua função inestimável de promoção social, difundem a música clássica pelo país.

Na ópera, os principais polos de produção seguiram sendo o Theatro Municipal de São Paulo, o Theatro São Pedro, também em São Paulo, e o Festival Amazona de Ópera. Mas, importantes montagens também foram realizadas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Palácio das Artes de Belo Horizonte e em Porto Alegre, com a Ospa e o Cors, sem esquecer de iniciativas vitalizantes como as da Cia Ópera São Paulo, da Cia Minaz, do Projeto Sinos ou do Núcleo de Ópera da Bahia.

A Revista e o Site CONCERTO acompanharam o vigor da temporada. Além de sua tradicional missão de divulgação da agenda de recitais, concerto e óperas, a CONCERTO produziu centenas de textos, reportagens e entrevistas sobre o mundo clássico. Também a análise crítica cresceu, com a publicação de quase sessenta resenhas sobre concertos ou óperas escritas por profissionais especializados. Aqui vale reforçar que todos os jornalistas e especialistas colaboradores da Revista CONCERTO – e orgulho-me de contar com alguns dos mais preparados e reconhecidos do Brasil – são remunerados e escrevem com total liberdade, como exige o jornalismo profissional. Agradeço a eles por mais este ano de dedicação e compromisso.

Quero agradecer aos nossos anunciantes Orquestra Sinfônica Brasileira, Theatro Municipal de São Paulo, Sala Cecília Meireles, Selo Sesc, Tucca, Projeto Sinos, Mozarteum Brasileiro, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Festival Amazonas de Ópera, Filarmônica de Minas Gerais, Santa Marcelina Cultura, Instituto Inhotim, Cultura Artística, Orquestra Ouro Preto, Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, Dellarte e muitos outros. E quero também agradecer a vocês, nossos exigentes e fiéis leitores. Muito obrigado! Seguiremos empenhados em oferecer um serviço de comunicação cada vez melhor e mais completo, certos de estarmos contribuindo para o fortalecimento da atividade clássica como um todo.

Desejo a todos um ótimo 2024, com muita felicidade e música!

(Ao longo deste mês de janeiro, publicaremos neste espaço, diariamente, os depoimentos de alguns dos mais influentes profissionais do setor, entre músicos, promotores e gestores. Acompanhe o Revista e o Site CONCERTO e fique por dentro de tudo que se passa na área da música clássica e da ópera.)

[Clique aqui para ler os depoimentos publicados na Retrospectiva 2023 da Revista CONCERTO.]