Plano de contenção de despesas ameaça futuro da Orquestra da Rádio ORF de Viena

Diretor geral da Rádio Austríaca diz que fim da orquestra é medida necessária para alcançar meta orçamentária

A notícia caiu feito uma bomba na cena cultural vienense na última segunda-feira, dia 20 de fevereiro: de acordo com o diretor geral da Rádio Austríaca (ORF), Roland Weissmann, seguindo o plano de austeridade para economizar 300 milhões de Euros até 2026, a ORF não tem condições de financiar a continuidade da Orquestra Sinfônica da Rádio ORF de Viena (RSO). A sinfônica, que tem como regente titular a maestra Marin Alsop, tem 88 músicos, 10 academicistas e 12 cargos administrativos, e custa cerca de 10 milhões de Euros por ano. A orquestra é mantida pela Rádio Austríaca, uma instituição de direito público, e é financiada em cerca de 80% com recursos provenientes de impostos e taxas. 

O plano de contenção de despesas e o futuro da Orquestra Sinfônica da Rádio ORF deverá ser decidido em reunião do conselho curador da Rádio Austríaca, no próximo dia 23 de março. Até lá, conforme notícia publicada no site da instituição, a diretora artística da orquestra, Angelika Möser, vai lutar contra o fim da orquestra: “Acho que será fundamentalmente errado se a orquestra for descontinuada. O fim da Orquestra Sinfônica da Rádio ORF seria um sinalização fatal para todo o cenário musical europeu”.

Críticas ao fim da orquestra também foram externadas pelas diretorias da Filarmônica de Viena, da Sinfônica de Viena, do Theater an der Wien, do Musikverein e da Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena. 

Matthias Naske, diretor do Konzerthaus de Viena, disse que “o fechamento do RSO de Viena seria um ato de barbárie”. Também a coordenadora de Cultura da cidade de Viena, Veronica Kaup-Hasler, manifestou-se, afirmando que a Orquestra Sinfônica da Rádio é “um pilar de sustentação da vida musical austríaca e vienense e deve continuar a existir como tal. É impossível imaginar Viena como uma cidade da música sem a RSO”.

Chocada e com descrença, Marin Alsop publicou em sua página no Facebook: “Não há dúvidas para mim, de que fechar o RSO Viena seria uma decisão que prejudicaria a reputação de Viena como uma capital musical no mundo e que enfraqueceria o soft power cultural internacional da Áustria. [...] Os 88 músicos e os 10 membros da academia estão entre os melhores do mundo, e arriscar seus meios de subsistência durante um período de dificuldades econômicas é um ato de barbárie”.

O movimento contra o fim da orquestra organizou um abaixo-assinado endereçado à Secretária de estado Andrea Mayer intitulado “SOS ROS – Salvem a Orquestra Sinfônica ORF de Viena”. Clique aqui para assinar.