Morre o contrabaixista e gestor cultural Henrique Autran Dourado

Morreu nesta segunda-feira, dia 3, o músico e gestor cultural Henrique Autran Dourado, em decorrência de problemas cardíacos. 

Nascido em Belo Horizonte, filho do escritor Autran Dourado, ele estudou contrabaixo no Brasil e, em seguida, mudou-se para os Estados Unidos, onde completou seus estudos em performance na Berklee College of Music, em 1978, e mais tarde no New England Conservatory, onde se formou em 1982.

No período em que viveu nos Estados Unidos, atuou como primeiro contrabaixo da Brookline Symphony Orchestra, no estado de Massachussets. Ao retornar ao Brasil, passou a atuar na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Também seguiu carreira acadêmica ligada ao departamento de música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, onde desenvolveu um método para ensino de contrabaixo.

Ao mesmo tempo, começou a atuar também como gestor, sempre ligado à atividade pedagógica. Nos anos 1990, esteve à frente da Escola Municipal de Música. E, no início dos anos 2000, dirigiu durante uma década o Conservatório de Tatuí.

Autran Dourado também desenvolveu trabalhos de difusão do universo da música clássica, assinando a curadoria de séries de concertos e de exposições sobre a orquestra sinfônica e sobre o universo da ópera.

Pela Editora 34, lançou um importante Dicionário de termos e expressões da música. Escreveu também o livro Uma pequena estória da música (Editora Irmãos Vitale), em que compartilhava com os leitores episódios de sua carreira e de importantes músicos brasileiros e estrangeiros com que trabalhou.

"Lamento o falecimento precoce de Henrique Autran Dourado, grande amigo da Revista CONCERTO. Conheci ele pessoalmente ainda na década de 1990, quando era diretor da Escola Municipal de Música. Naquela época, animado com nosso trabalho, nos ajudou com importantes contatos e sugestões. Henrique era bem-informado e um hábil gestor, tinha ideias firmes, gostava de argumentar, mas sempre era aberto e atento. Tinha humor e sempre boas histórias para contar. Fará falta. Que descanse em paz", afirmou Nelson Rubens Kunze, diretor-editor da Revista CONCERTO.