Professora, pesquisadora e biógrafa Ermelinda Paz lança sua Quase biografia

por Luciana Medeiros 25/10/2024

O mês de outubro é o das crianças, dos médicos, comerciantes e funcionários públicos, e também dos professores. E uma das professoras mais conhecidas e queridas dos cursos superiores de música no Rio, além de pesquisadora e biógrafa, lança seu livro nessa sexta, dia 25 de outubro, na Livraria da Travessa de Ipanema.

Ermelinda A. Paz, uma apaixonada pelo magistério, pela investigação musicológica e pela democratização da música, traz, nessa Uma quase biografia em tom e semitom (Ed. Irmãos Vitale), uma aula bem-humorada de persistência e de retidão ao longo da carreira. 

Vale para profissionais e estudantes de música. E vale para curiosos, leigos e simpatizantes. Ela traz desde partituras explicativas até histórias de vida, depoimentos de alunos, de conhecidos até curiosidades como a sua distância das redes sociais, o dia em que conheceu Tom Jobim e sua experiência como jurada do desfile das escolas de samba do Rio. Evoé!

“Sim, o livro é uma declaração de amor ao magistério, além de uma manifestação de gratidão a todos os que me fizeram chegar até aqui”, diz ela à CONCERTO. “E à pesquisa também, já que as duas atividades se completam, que devem seguir juntas."

Não só Edino Krieger foi biografado de Ermelinda – dois volumes muito completos –, mas também Jacob do Bandolim, Villa-Lobos (três livros) e “um levantamento meticuloso das contribuições de todos os pedagogos brasileiros desde o século passado”, ressalta Ermelinda. O lado lúdico está na Vovó Linda, personagem que emergiu com o nascimento dos netos, com o recolhimento e registro do cancioneiro infantil.

“Cantei e brinquei com muitas crianças da Escola Municipal Guatemala, 1º Centro de Educação Experimental do INEP/MEC no Rio de Janeiro, fundado pelo insigne educador Anísio Teixeira”, conta ela no seu site. “Coloquei partituras para os que sabiam música, e para quem não lê, coloquei o canto com as cifragens”, conta.

E o aprendizado, reforça ela, se dá por imitação, na troca de experiências e vivências musicais. “Jacob dizia isso, que buscava tudo observando Luperce Miranda!” Aposentada da UniRio desde 2012, ela continua acompanhando as atividades através dos alunos e amigos. “Os projetos de extensão que estão sendo implementados, envolvendo crianças, jovens e adultos, práticas de conjunto têm tido muito resultado. Tem muita gente boa fazendo muita coisa, falta é divulgação para isso.”

E seguindo no tema, aponta que os projetos sociomusicais são “de uma importância inenarrável”. “Conheço vários pelos quais tenho o maior apreço, e com os quais colaborei, como o da Rocinha, o de Paquetá, a Ação Social pela Música, em várias comunidades; o Aprendiz Musical de Niterói, que atende a um grande número de crianças da rede pública. Profissionais de alto nível desempenhando a coordenação.”

As 410 páginas do livro trazem mesmo uma variedade de assuntos, começando pela vida social e os primeiros anos em Realengo, passando pelo caminho profissional e seguindo por depoimentos de ex-alunos e de pessoas das mais variadas participações na vida de Ermelinda – de Saloméa Gandelman e Turíbio Santos ao porteiro Valdemir e à taxista Célia Regina.

"E o livro tem uma coisa que eu curto demais: as 21 codas com histórias as mais diferentes – do Carnaval à participação no conjunto vocal Olhos nos Olhos, sem regente. E a 19, que eu acho a mais inútil e a mais importante: meu sistema de empréstimo de livros e como resolvi essa questão!”, ela conclui, se divertindo.

O livro 'Uma quase biografia em tom e semitom', de Ermelinda A.Paz, terá lançamento nesta sexta, 25, às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio de Janeiro

A musicóloga Ermelinda Paz [Divulgação/Bianca Bunier]
A musicóloga Ermelinda Paz [Divulgação/Bianca Bunier]

 

Curtir

Comentários

Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.

É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.