ENQUETE ENCERRADA: Ópera Nabucco [TMSP)

por Redação CONCERTO 03/10/2024

Ouvinte Crítico

Ópera ‘Nabucco’, de Giuseppe Verdi

Theatro Municipal de São Paulo, de 27 de setembro a 5 de outubro de 2024

Comemoração dos 113 anos do Theatro Municipal

Montagem original do Grand Théâtre de Genève. Antonino Fogliani, compositor do interlúdio final.

Orquestra Sinfônica Municipal e Coro Lírico Municipal

Roberto Minczuk – direção musical e regência

Christiane Jatahy – direção cênica

Alberto Gazale (dias 27 e 29 e 2/10 e 5/10) e Brian Major (dias 28, 1º/10 e 4/10) – Nabucco; Marsha Thompson (dias 27 e 29 e 2/10 e 5/10) e Marigona Qerkezi (dias 28, 1º/10 e 4/10) – Abigaille; Savio Sperandio (dias 27 e 29 e 2/10 e 5/10) e Matheus França (dias 28, 1º/10 e 4/10) – Zaccaria; Enrique Bravo (dias 27 e 29 e 2/10 e 5/10) e Marcello Vannucci (dias 28, 1º/10 e 4/10) – Ismaele; Luisa Francesconi (dias 27 e 29 e 2/10 e 5/10) e Juliana Taino (dias 28, 1º/10 e 4/10) – Fenena.

Érica Hindrikson, regência do Coro Lírico Municipal

Thomas Walgrave, Marcelo Lipiani e Christiane Jatahy, cenografia. An D’Huys, figurinos. Thomas Walgrave, iluminação. Batman Zavareze, vídeo. Paulo Camacho, direção de fotografia. Júlio Parente, desenvolvimento do sistema de vídeo. Pedro Vituri, designer de som. Marcelo Buscaino, assistente de direção. Henrique Mariano, coordenador de produção audiovisual.

(Foto: divulgação, Carole Parodi)

OUVINTE CRÍTICO - Nabucco [TMSP]
Participantes: 208
Média final: 5,87
(veja detalhes abaixo).

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Comentários

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Assisti ontem e achei que foi um exagero de espelhos, luzes, água, cameras, projeções e ainda toda a água no palco. A música e os cantores ficaram meio em segundo plano. E incomoda o cantor cantando defasado nas imagens. Mas a última cena com o Va pensiero na platéia foi bem bonita.

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Assisti à ópera no dia 27 de setembro.
Gostei muito dos coros e achei muito bonita a forma de a ópera ser encerrada com uma repetição do “Va, pensiero” cantado a cappella com o coro disposto nos vários corredores de acesso aos assentos.
Também gostei da presença de refugiados como figurantes ao longo de toda a ópera, conferindo-lhes um merecido valor.
A montagem foi muito poluída, com uma piscina no meio do palco no primeiro ato - cuja razão não ficou clara para mim -, levando os cantores a ficar bastante molhados; recursos de luz exagerados; grandes espelhos móveis refletindo as imagens da cena; muita movimentação dos cantores fora do palco; o uso de imagens captadas por câmeras – recurso que, embora pudesse ser muito interessante, tornou-se bastante desagradável pelo delay entre a imagem real e a imagem projetada, o que já havia ocorrido em O Navio Fantasma no ano passado.
No meu entender, este exagero de recursos cênicos tira o foco da ópera nos cantores, na orquestra e no coro, que deveriam ser os protagonistas do espetáculo.
Quanto aos cantores, os personagens masculinos de vozes graves tiveram um bom desempenho; a voz da soprano Marsha Thompson não foi adequada ao papel de Abigaille.

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Nabucco é o tipo de história que a maioria dos espectadores imagina ver com cenários suntuosos e figurinos de época. Não é o que encontramos nessa produção. Em vez de portar trajes da antiguidade, todo o mundo adentra ao palco com roupas da Zara. Palco, aliás, que se encontra nu, com vista dos bastidores e das engrenagens do teatro. Para piorar, a moda dos vídeos e projeções, já largamente usada e abusada em muitas das montagens recentes, mais uma vez se faz presente. E até o cantor tem de levar o fardo de uma câmera enorme numa desconfortável selfie.
A profusão da parafernália serve para dispersar a atenção do espectador, que não consegue se concentrar na música e na história.
E, de novo, a projeção é apresentada em dessincronia com o que é cantado: já vimos isso em outras produções. Os shows de música pop já resolveram essa questão com o uso de software adequado, mas eles trabalham com o som amplificado e os artistas microfonados.
O resultado foi bom, mas decepcionante ao mesmo tempo.

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Fui assistir no dia 28/09, achei a montagem do palco muito poluída e confusa, os artistas com roupa que pareceu vindos já vestidos de casa, tirando a atenção e desfoque dos personagens. Gostei muito do encerramento da ópera com os cantares na platéia mexeu a minha alma.

Verdadeiramente algo que fez Verdi balançar no túmulo. Uma agressão ao clássico e ao bom gosto. Uma tentativa dessa senhora que se acha no direito de aplicar algo que está na moda para obter algum destaque na mídia porém, de forma pouco inteligente. Triste observar que ainda existam pessoas que dão crédito a tais pessoas. Uma bagunça em que não se entende nada, não se ouve nada e nem mesmo se compreende os simbolismos empregados. Savio, de forma incomoda pela que lhe foi imputado, vira apenas um fotografo de casamento. Um lixo!

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Achei a montagem tão empastelada que aqueles que conheciam o enredo da ópera ficaram confusos e aqueles que não conheciam saíram sem conhecer. Um exagero de imagens, espelhos e de pessoas no palco confundidas com os cantores. As projeções em tela grande dos solistas somadas a imagens de participantes pareciam filmes experimentais de péssima qualidade. Em geral os cantores estavam bem com um ou outro senões mas se perdiam no meio da confusão do palco. O coral esteve bom como sempre e a orquestra correspondeu. Cantores do coral sentados na passagem central do auditório em cadeiras mais altas do que as poltronas prejudicavam a visão de muitos espectadores que já não é muito boa no Theatro Municipal, basta só uma pessoa alta ou com um cabelo muito grande em sua frente para se ter a visão totalmente prejudicada dada a arquitetura arcaica do próprio teatro. Quando eles levantaram para cantar foi pior ainda pouco se via do palco. Não gostei daquelas filmagens com os operadores andando em meio aos cantores como se fossem reporteres de campos de jogo de futebol. Não gostei do bom Savio Sperandio entrar empunhando a camara de filmagem e filmando os participantes. Achei o ponto alto do rídiculo a figura do maestro sendo projetada quase o tempo todo nas imagens captadas pelas camaras e projetadas no fundo do palco, precisa ter uma altíssima dose de narcisismo para aceitar uma idéia tão descabaida como essa.

Sem dúvida, a coisa mais horrível que ví no palco do Municipal nesse ano.
Minha sensação foi a de ver pessoas enlouquecidas correndo de um lado para o outro, luzes que queimavam a retina de quem estava na plateia, uma pobreza cenográfica cara, afinal aquele laguinho no meio do palco não deve ter sido simples de fazer e não agregou nada.
A diretora se disse cheia de conceitos ( fui procurar entender ) mas mesmo explicando fica difícil engulir, imagina sem explicar. Tenho comigo que se precisa explicar muito é porque não está bom.
Destaque positivo para a sempre competente orquestra e coro que garantiram bons momentos em que somente de olhos fechados foi possível suportar o "espetáculo".

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Assisti a última récita de sábado 05/10/2024 com o primeiro elenco e achei a montagem um pouco confusa. Há muita gente nova indo ao Municipal e quer entender melhor as óperas e todo contexto em que estão inseridas desde o momento em que foram compostas. Todas as montagens de ópera dos teatros têm uma responsabilidade didática para a formação de um novo público. Produções muito descoladas das concepções originais podem ter um efeito contrário. Se ficam muito herméticas podem se afastar dessa função educativa.

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A produção de "Nabucco" com Christiane Jatahy e Roberta Minczuck é um desserviço à ópera! Ao invés de apaixonar os jovens pela Ópera, os afasta definitivamente do teatro, tamanho desvio de época, estilo e fidelidade com a obra de Giuseppe Verdi.

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Que função Educativa Sr João José Furtado ?
Dessa produção de Nabucco resultou somente um desserviço à Ópera nesta cidade de São Paulo.
Lamentável e caótico !!!

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Foi minha primeira vez assistindo uma ópera, já assisti outras apresentações lá. Havia ouvido a ópera antes e lido sobre a história e confesso que foi bem confuso pra mim, também me incomodei com as luzes na direção da platéia. A falta de figurino também não me deixou mergulhar na história que estava sendo contada. Fui na sexta-feira e a cantora era a Marigona, confesso que amei a voz dela e fiquei satisfeita com a potência. Logo que cheguei em casa passei a seguir a cantora e ela participou da mesma ópera em outro país, não tenho como expressar minha indignação, uma produção belíssima que esmaga o que foi feito aqui no Brasil.

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