Governo da Bahia desclassifica atual gestora da Osba e grupo pode ter Claudio Cruz como novo diretor

por Redação CONCERTO 12/07/2023

O governo do estado da Bahia anunciou nesta quarta-feira, dia 12, a desclassificação da Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves do processo de seleção de uma organização social para realizar a gestão da Orquestra Sinfônica do Bahia. A entidade é responsável atualmente pela gestão. A publicação feita no Diário Oficial do Estado da Bahia também informa que o Instituto de Desenvolvimento Social pela Música foi classificado e torna-se, assim, o único concorrente. 

Com a decisão sobre as classificações, o processo passa agora para uma segunda fase. Em nota distribuída à imprensa, o IDSM informou que, caso seja confirmada a escolha, o novo diretor artístico e regente da Osba será o maestro Claudio Cruz, atualmente à frente da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Nesse caso, ele substituirá o maestro Carlos Prazeres nas funções.

O IDSM é responsável atualmente pela gestão do Neojiba, Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, projeto de formação musical e inclusão social dirigido pelo maestro e pianista Ricardo Castro, que no início do ano fez críticas à programação da Sinfônica da Bahia, que anunciara a realização do espetáculo Osbrega, sob regência de Prazeres.

Em suas redes sociais, Castro escreveu que “colocar músicos altamente qualificados e pagos com recursos públicos para tocar um repertório que poderia ser tocado melhor do que eles até por uma orquestra de jovens bolsistas pode ser considerado prevaricação”. Em resposta, Prazeres afirmou que “a Osba tem a função de preservar artisticamente a sociedade baiana e de conversar com ela. Não pode ser um disco voador vienense pousado em terras baianas”. Leia mais sobre a questão aqui.

Em entrevista ao podcast Multicultura, da Rádio Educadora FM, Castro afirmou no começo da tarde que não participou diretamente do processo de formatação da proposta para a gestão da Osba, mas que sim, consultado, deu a sua opinião: “Eu não posso dizer que eu não tive participação, porque eu sou uma pessoa escutada. Não somente na Bahia, mas eu sou escutado por muita gente do mundo da música. As pessoas me perguntam... Sim, colaboro, e vou continuar dando a minha opinião para quem me pedir, obviamente, não é? Nesse sentido dei sim a minha opinião, eu vi sim a proposta do IDSM, é muito robusta, é muito bonita...”. Ao mesmo tempo, Castro afirmou que não faz parte de qualquer conselho do IDSM: “Eu sou um funcionário do IDSM, não sou do conselho e não serei de nenhum conselho que envolva a Osba”.

“Eu falo aqui apenas como cidadão, como alguém que acompanha a vida musical. Observei nos últimos anos os grandes avanços vividos pela Sinfônica da Bahia e acho que se pode fazer ainda mais com os recursos que existem. Espero que o processo de escolha termine de maneira pacífica e que as pessoas entendam que não estarei à frente da Osba. Já tenho meu trabalho com o Neojiba, minhas atividades como professor, minha carreira, é coisa suficiente para o resto da vida”, completou.

[Notícia editada em 13/07, às 9h00, para a inclusão da declaração de Ricardo Castro ao podcast Multicultura sobre a sua participação no processo de formatação da proposta do IDSM.]

Músicos da Orquestra Sinfônica da Bahia [Divulgação]
Músicos da Orquestra Sinfônica da Bahia [Divulgação]

 

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