Marília Vargas lança disco dedicado à música da corte francesa no século XVII

por Redação CONCERTO 24/09/2021

Em seu novo disco, a soprano Marília Vargas escolheu como foco as árias da corte francesa do século XVII. São obras marcantes do repertório da música antiga, mas também na trajetória da artista que, em Nossos espíritos livres, atua ao lado de Roger Burmester (alaúde e guitarra barroca), Silvana Scarinci (arquialaúde e teorba) e Juliano Buosi e Raquel Aranha (violinos). São antigos parceiros, em um fazer musical que está em constante renovação.

As árias da corte foram peças de tom delicado, canções estróficas, ou seja, com versos que se sucedem sobre a mesma música, com o objetivo de facilitar a compreensão do texto poético. 

“Boa parte deste repertório me acompanha há muito tempo. Vos mépris chaque jour, de Michel Lambert, eu descobri ainda nos anos 1990, quando comecei a me interessar pela música antiga e a frequentar festivais. Estive em Juiz de Fora e lá ouvi a soprano Monique Zanetti cantando a ária. Foi quando descobri o universo das ornamentações, essa estética que abriu muito meus horizontes”, ela conta. 

 

“Em certo sentido, então, o disco me coloca em contato com peças que me acompanham há muito, mas que pude revisitar com maior maturidade. Algumas delas eu canto já muito tempo, com pessoas como o Nicolau [de Figueiredo] e com a Silvana [Scarinci], uma parceira antiga, como o Roger [Burmester]. Então é um projeto com raízes profundas”, continua.

O disco acabou sendo um companheiro durante a pandemia

No repertório, estão peças de autores como Guédron, Ballard, Boësset, Bailly, Vallet. “Há peças muito próximas do meu coração, como as canções de Moulinié, que pude trabalhar com a Montserrat Figueras, ou Une jeune fillette, de Chardavoine, que ouvi pela primeira vez no filme Todas as manhãs do mundo. O álbum traz esse universo de afetos, muita coisa triste, mas momentos descontraídos também.”

O disco foi gravado no começo de 2020, pouco antes do início do período de isolamento social exigido pela pandemia do coronavírus. “Foi a última coisa que fiz antes que tudo isso acontecesse. E o disco me trouxe muita luz durante o período de isolamento. A gravação foi registrada em vídeo e fomos colocando semanalmente um vídeo para o público. Sentíamos, assim, que estávamos fazendo algo bacana. O disco acabou sendo um companheiro durante a pandemia.”

O álbum terá 'live' de lançamento nesta sexta-feira, dia 24; clique aqui e veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO.

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Gravação do CD "Nossos espíritos livres" [Divulgação]
Gravação do CD "Nossos espíritos livres" [Divulgação]

 

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