Retrospectiva 2024: Anderson Alves, regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem, regente na Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e diretor musical e regente do Coro de Câmara Carioca
“Se eu pudesse resumir 2024 em uma frase diria: o ano da difusão da música brasileira de concerto. Foi um dos anos que mais realizei obras brasileiras nas orquestras que dirijo e como regente convidado. Do nosso grande Villa-Lobos suas Bachianas nº 4 e nº 7, a Sinfonia popular nº1 de Radamés Gnatalli, obras do querido Villani-Côrtes, Nepomuceno e seu O Garatuja, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, composições dos contemporâneos João Guilherme Ripper, Vitor Santos e Gilson Santos, dentre outros.
A OSB Jovem vem crescendo a cada dia, graças a um trabalho sólido que oferece a estrutura necessária para a formação de jovens músicos. Em nossa temporada 2024, realizamos grandes obras do repertório sinfônico, dentre delas: Tributo a Portinari (Guerra Peixe); Sinfonia nº 7 (Beethoven); Sinfonia do novo mundo (Dvorak); e o Concerto para 2 pianos de Mozart tendo como solistas Linda Bustani e William Lizardo. Tivemos nossa primeira participação no Rock in Rio e realizamos um programa inteiro de música de concerto, tendo como solista o violinista Natan Amaral.
Na Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, grupo que completa 20 anos em 2025, tivemos uma temporada de grande êxito. Dentre os mais de vinte concertos, podemos destacar a apresentação com a participação do quinteto Villa-Lobos em um programa inteiro dedicado à música brasileira e com duas estreias mundiais. Apresentamos as Danças sinfônicas de West Side Story, uma das obras mais conhecidas de Leonard Bernstein. E tivemos a grandiosa Sinfonia nº 7 de Shostakovich sob a regência do maestro Vantoil de Souza Jr.
Com a Orquestra Sinfônica Brasileira, regi um concerto histórico no Teatro Amazonas. O espetáculo OSB do Brasil Norte contou com a participação dos grupos indígenas Kuiá, Tuyuca e da orquestra de violões do Amazonas.
Em 2024, também dirigi um grande projeto intitulado “Conexão Rio Bordeaux”, uma parceria do IBME – Instituto brasileiro de música e educação com Le Josem - Jeune Orchestre Symphonique de l’Entre-deux-Mers. Foi um intercâmbio com mais de 120 jovens músicos brasileiros e franceses. Realizamos mais de dez concertos e master class no Rio de Janeiro e na França, com dois programas: um inteiro dedicado à música brasileira, com obras de Dimitri Cervo, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e uma de minha autoria, e um programa de música francesa.
Na Argentina, tive alegria de reger pela primeira vez a Orquestra Sinfônica de Salta, em um programa com obras de Carlos Gomes, uma composição de minha autoria e uma das minhas obras preferidas, a inspiradora Quarta sinfonia de Brahms.
Como regente convidado, dirigi as seguintes orquestras: Ospa, Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, Petrobras Sinfônica e Sinfônica do Conservatório de Tatuí.
Como compositor, tive algumas obras apresentadas no Brasil e nos Estados Unidos, interpretadas pelo meu amigo oboísta William Wielgus. Também realizei a estreia do meu concerto para piano, percussão e orquestra, onde fui solista ao piano acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, a convite do querido Emmanuele Baldini. Para 2025 estou preparando uma obra intitulada O tempo, um poema sinfônico em homenagem a Mário Quintana.”
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