Artes Vertentes celebra Ravel e influências coloniais e afro-americanas em nova edição

A 14ª edição do Festival Artes Vertentes, que acontece de 11 a 21 de setembro em Tiradentes, São João del-Rei e Bichinho (MG), destaca-se pela programação musical que entrelaça tradição erudita e criação contemporânea.

Em 2025, o festival celebra os 150 anos de Maurice Ravel com uma série de interpretações de sua obra vocal e camerística, em diálogo com influências coloniais e afro-americanas. Parte oficial da Temporada Cultural França-Brasil, o evento reúne estreias mundiais, como O boi voador, de André Mehmari, peça para piano a quatro mãos que responde, do século XXI, à célebre Le Boeuf sur le toit, de Darius Milhaud.

“A programação musical deste ano nasce do desejo de traçar conexões entre repertórios históricos e questões contemporâneas”, explica o pianista Luiz Gustavo Carvalho, curador do evento.

“Quando escolhemos destacar a obra de Ravel, por exemplo, não foi apenas por sua relevância no repertório clássico, mas pela escuta que ele estabeleceu com outras culturas, especialmente o jazz afro-americano e referências coloniais. Essas interseções revelam muito do que nos interessa curatorialmente: tensionar fronteiras, desestabilizar hierarquias e propor novas escutas entre as margens do Atlântico. O festival não se limita a repetir obras consagradas – ele busca ativar suas camadas políticas, poéticas e históricas, sem perder o compromisso com a excelência artística.”

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