Sinfônica de Campinas terá ‘O Guarani’, de Carlos Gomes; temporada começa com ‘Nona’ de Beethoven

Em coletiva de imprensa realizada ontem (05/03) na Prefeitura de Campinas, o prefeito da cidade, Jonas Donizette, o secretário da Cultura Ney Carrasco, o maestro Victor Hugo Toro e o diretor administrativo Fernando Zuben, com a presença de outras autoridades e patrocinadores, apresentaram a temporada 2020 da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. O prefeito ressaltou a continuidade do apoio ao trabalho da orquestra em sua gestão – a administração está em seu 8º ano – e o patrocínio da Sanasa, empresa de saneamento da cidade, que viabiliza a programação. Já o secretário Ney Carrasco, também destacando a intensa atividade do grupo, lembrou da forte ligação que a sinfônica tem com a cidade: “a orquestra vive no coração do campineiro”.

O diretor artístico e regente titular Victor Hugo Toro – depois de Benito Juarez o mais longevo na história da orquestra – apresentou a temporada, que terá como destaques os 250 anos de Beethoven e os 150 anos de estreia da ópera O Guarani, de Carlos Gomes. De Beethoven, a orquestra apresentará todas as 9 sinfonias – é a primeira vez em 30 anos que a orquestra aborda a integral como ciclo – e fará também uma maratona de mais de três horas recriando um concerto organizado pelo próprio compositor em 1808, com, entre outras obras, as Sinfonias nº 5 e nº 6, o Concerto para piano nº 4 e a Fantasia Coral.

A temporada regular no Teatro Castro Mendes terá 9 programas, sempre com duas apresentações, aos sábados e domingos. Entre os maestros convidados estão Nicolaus Rauss (Suíça), César Ivan Lara (Venezuela) e Alpasian Ertüngealp (Turquia). O violoncelista brasileiro Matias de Oliveira Pinto toca em março (Guerra-Vicente e Fauré) e o violoncelista servo Viktor Uzur em julho (concerto de Schumann). Erika Ribeiro, Priscila Plata Rato e Lisiane dos Santos apresentam o Tríplice de Beethoven em agosto. Em maio, André Mehmari será solista e regente de um programa intitulado “música sem fronteiras”, e em outubro o pianista Hércules Gomes apresenta a sua própria composição, Divertimento, além da Rhapsody in Blue de Gershwin. Outros solistas que participam da temporada são Nikolay Genov (trompa), Alexander Romanovsky (piano) o barítono Alfonso Mujica.

A orquestra também seguirá com sua programação didática e popular, bem como com os concertos ao ar livre . Além disso, a temporada contará com a parceira da Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência e Cidadania, com profissionais em linguagem de libras em todas as apresentações da orquestra.

Mas o grande destaque da temporada deverá ser a montagem de O Guarani, de Carlos Gomes (1836-1896), compositor nascido em Campinas. “Será a nossa homenagem a Carlos Gomes nos 150 anos da estreia da ópera”, comentou o maestro Toro. “Faz 34 anos que os campineiros não assistem a uma montagem do Guarani na cidade, a última foi em 1986, com o maestro Benito Juarez.” A encenação será realizada entre setembro e outubro, com 8 récitas e 5 espetáculos didáticos para crianças, no próprio Teatro Castro Mendes, que não possui fosso de orquestra. “Mesmo sem fosso, é a melhor solução que encontramos. Faremos uma encenação moderna, que certamente estabelecerá uma referência para a ópera em Campinas”, afirmou Toro. Também haverá uma exposição comemorativa e uma série de encontros e palestras ao redor da ópera.

Temporada abre com Nona de Beethoven

A abertura da temporada acontece neste fim de semana com a Nona sinfonia de Beethoven, para orquestra, coro e solistas. A obra foi escrita quando Beethoven já estava surdo e é especialmente famosa por seu movimento final, que traz os versos da Ode à alegria, de Friedrich Schiller. “É uma obra que virou patrimônio da humanidade, que fala para todos os homens em todas as línguas independentes do credo, da religião, da cidadania, da linguagem", destacou o maestro Victor Hugo Toro.

As apresentações, que terão direção de Toro, reúnem os solistas Luciana Melamed (soprano), Mere Oliveira (mezzo-soprano), Hélenes Lopes (tenor) e Igor Vieira (barítono), além dos grupos Madrigal Vivace (regente, Vastí Atique), Collegium Vocale Campinas (regente, Akira Kawamoto) e Coro Contemporâneo de Campinas (regente, Angelo Fernandes).

Antes da Nona, a Sinfônica tocará o dueto "Sento una forza indomita", de O Guarani.

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