Amazonas e Pará assinam convênio para criação do Corredor Lírico Norte

por Redação CONCERTO 28/03/2022

Com o ato, Amazonas e Pará são pioneiros em oficializar algo inédito no país, que é a parceria institucional entre teatros líricos para a formação e capacitação de profissionais, bem como para a circulação de espetáculos ou até para coproduções

Em cerimônia realizada ontem no Theatro da Paz de Belém do Pará, as secretarias de cultura dos estados do Amazonas e do Pará assinaram um convênio de cooperação para a criação do Corredor Lírico Norte. Assinaram o documento a titular da Secult do Pará, Ursula Vidal, o secretário de Cultura do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, o diretor do Theatro da Paz, Daniel Araújo, a diretora artística do Festival de Ópera, Jena Vieira, a diretora de produção, Nandressa Nuñez, e a diretora executiva do Festival Amazonas de Ópera, Flávia Furtado.

Segundo matéria publicada pela Agência Pará, Ursula Vidal afirmou: “Este é um dia há muito tempo aguardado. Após um diálogo muito profundo, chegamos a essa importante parceria. Eu gostaria de parabenizar essa equipe extraordinária que faz o nosso Festival de Ópera, pessoas que sonharam com essa iniciativa que estamos oficializando hoje”. Para o secretário de Cultura do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, o diálogo entre as pastas da cultura dos dois estados é algo inédito: “Logo que eu assumi a Secretaria, percebi que havia uma distância entre a cultura do Pará e a do Amazonas, pelo menos institucionalmente, porque nossos artistas têm uma proximidade maior há bastante tempo”.

O convênio prevê ações que impactam quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidos: educação de qualidade (promovendo cursos de formação); trabalho decente e crescimento econômico (desenvolvendo a cadeia produtiva da ópera); inovação e infraestrutura (fomentando a inovação por meio de espetáculos que agreguem novas linguagens artísticas e tecnológicas e que fomentem um turismo não predatório e de alto nível); e parcerias e meios de implementação. O acordo tem como objetivo a “conjugação de esforços entre os partícipes para viabilizar ações de mútua cooperação para a implementação do Corredor Lírico-Cultural, por meio do compartilhamento de conhecimento técnico e artístico relativo à produção e circulação de montagens de óperas entre os teatros envolvidos (Theatro da Paz e Teatro Amazonas)”.

A assinatura do convênio antecedeu a apresentação da ópera As bodas de Figaro, de Mozart, segunda montagem do Festival de Ópera do Theatro da Paz deste ano.

No próximo dia 29 de abril, uma montagem da ópera Il tabarro, de Puccini, produzida e encenada em Belém em setembro último, abrirá a programa do 24º Festival Amazonas de Ópera (FAO), em Manaus. “Normalmente, quando se fala em parceria, entende-se apenas compartilhamento de cenários e figurinos”, afirma o maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do FAO, em matéria publicada na edição de abril da Revista CONCERTO. “Mas, aqui, vamos além, e o elenco será o mesmo de Belém.”

Com o convênio, Amazonas e Pará são pioneiros em oficializar algo inédito no país, que é a parceria institucional entre teatros líricos para a formação e capacitação de profissionais, bem como para a circulação de espetáculos ou até para coproduções. Dificuldades burocráticas e legais – além de personalismos e vaidades – sempre emperraram essas colaborações, que são comuns na Europa e nos Estados Unidos.

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Nandressa Nuñez, Daniel Araújo, Ursula Vidal, Marcos Apolo Muniz e Flávia Furtado na assinatura do convênio (divulgação, Ascom Secult, Mário Quadros)
Nandressa Nuñez, Daniel Araújo, Ursula Vidal, Marcos Apolo Muniz e Flávia Furtado na assinatura do convênio (divulgação, Ascom Secult, Mário Quadros)

 

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