GRU Sinfônica faz estreia brasileira de ópera de Hindemith

A Gru Sinfônica estreia na sexta a primeira produção brasileira da ópera A longa ceia de Natal, de Paul Hindemith, com regência de Emiliano Patarra e direção cênica de William Pereira. Tati Helene, Thayana Roverso e Vinicius Atique encabeçam o elenco do espetáculo, que integra o 3º Festival de Ópera de Guarulhos.

A ópera retrata em 50 minutos um universo doméstico ambientado ao longo de 90 anos, encapsulada durante os jantares de Natal da família Bayard. Wilder os combina (culminando na Grande Guerra) em um evento único, com personagens emergindo de um lado do palco (denotando nascimento) e saindo pelo outro (denotando morte). “Hindemith e o libretista Thornton Wilder confundiram as distinções entre vários personagens e seus descendentes para sublinhar a continuidade familiar, aparecendo, sendo desenvolvidos e reprisados como temas musicais”, anota o crítico Guy Rickards,

“A longa ceia de Natal, conta Lauro Machado Coelho em seu magistral volume dedicado à ópera nos Estados Unidos, é o único libreto em inglês que Hindemith musicou: Wilder era autor da peça teatral de 1931 e seu colega dos tempos como professor na Universidade de Yale. A estreia aconteceu em Munique, em 1961, dois anos antes de sua morte, e numa versão em alemão do compositor. Mostra quatro gerações da família Bayard na ceia de Natal, entre 1840 e 1930. Ao todo, onze personagens”, escreve João Marcos Coelho em texto publicado na edição de outubro da Revista CONCERTO [leia aqui; acesso exclusivo para assinantes].

“Vinte e quatro anos atrás, Machado Coelho avaliava que ela poderia ser melhor recebida pelo “público contemporâneo”, porque, ao contrário “de suas longas predecessoras [Santa Susanna, Matias, o pintor e Harmonia do mundo], “preocupa-se mais com a expressão dos sentimentos que com a discussão de problemas metafísicos ou filosóficos ou com a dialética da composição musical”. Pois a sugestão velada de Lauro agora se concretiza”, continua.

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