O selo do Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa lança em setembro uma gravação da ópera Domitila, do compositor brasileiro João Guilherme Ripper.
O CD, que terá lançamento oficial no dia 11, estará disponível nas principais plataformas de streaming e conta com a atuação da soprano Carla Caramujo e dos músicos Ricardo Alves (clarinete), Christina Margotto (piano) e Jed Barahal (violoncelo), do Toy Ensemble.
O projeto nasceu em 2018, quando Domitila foi apresentada no Theatro da Paz, em Belém, com Caramujo no papel-título. A produção então seguiu para Portugal, onde foi apresentada em diferentes espaços e foi gravada em fevereiro de 2019 pela Rádio Antena 2 em concerto ao vivo no Auditório do Instituto Superior de Economia e Gestão.
“Mais uma vez, a Carla Caramujo e o Toy Ensemble, num diálogo permanente onde tanto o violoncelo como o clarinete parecem ser eles próprios personagens deste enredo, ficando o piano com o papel normalmente relegado à orquestra, provaram ser intérpretes de exceção para a música de João Guilherme Ripper. O compositor põe mais uma vez à prova todas as capacidades de interpretação da cantora, numa ópera intimista e emocional e sobretudo muitíssimo bem escrita para a voz, confirmando mais uma vez João Guilherme Ripper como um dos melhores compositores de ópera da sua geração e, certamente um dos maiores representantes da música erudita brasileira”, afirma André da Cunha Leal, programador do Centro Cultural de Belém em Lisboa, da RTP Palco e da Rádio Antena 2.
Domitila é um monodrama criado em torno da troca de correspondência entre D. Pedro I e a Marquesa de Santos. A obra foi escrita em 2000 a partir da encomenda do Centro Cultural Banco do Brasil para a série Cartas brasileiras, criada e dirigida por André Heller-Lopes. E ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte.
“Uma das páginas mais gratificantes é a ária Diga em quantas linhas..., de cantábile envolvente, ponto focal da confissão amorosa. Mas há também toda uma série de momentos em que a leitura das cartas recria, de forma viva, a sensualidade dos primeiros momentos, as brincadeiras dos amantes, mas também os arrufos devidos às pressões da corte para que o caso se encerre”, escreveu após a estreia o crítico Lauro Machado Coelho, no jornal O Estado de S. Paulo.
Ripper acaba de estrear um novo monodrama, Cartas portuguesas, na temporada da Osesp, com a participação da soprano Camila Titinger. A obra também será apresentada em Portugal, na agenda da Fundação Gulbenkian.
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