Guilherme Mannis: um ano de reconstrução

por Redação CONCERTO 29/01/2024

Retrospectiva 2023: Guilherme Mannis, diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Sergipe 

Um ano de reconstrução gradual – assim posso definir a Temporada 2023 da Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse). O estabelecimento de uma temporada bastante consistente no Teatro Tobias Barreto, aliada a um público crescente e entusiasmado com as ações do grupo, trouxe novas perspectivas para os próximos anos, com a retomada de investimentos na orquestra (recuperação salarial) e possível restabelecimento de diversos projetos capazes de incrementar a interlocução com a vida sinfônica nacional.

A carência de institucionalização das orquestras brasileiras, problema que persiste em muitos centros nacionais de produção, pode ser vencida com vontade política e sensibilidade; cabe a nosso setor a interlocução com diferentes áreas culturais, para que consigamos atrair os investimentos necessários para nossa adequada manutenção e crescimento.

Sobre nossas atividades sergipanas em 2023, destaco o resgate de composições locais da virada do século XIX ao XX, muitas das quais foram apresentadas ao público em primeiras audições modernas. A participação excelente de nosso Coro Sinfônico, que se somou à orquestra em performances de Galas Sinfônicas e repertórios tradicionais levou ao teatro um público crescente, cada vez mais envolvido com a produção da Orsse. Os crossovers com a música popular e regional, com material preparado especialmente para as performances, expandiram horizontes, trazendo um consistente engajamento da sociedade à produção do grupo.

Para 2024, espera-se uma retomada crescente de investimentos na Orsse, capaz de propiciar a sua consolidação artística na região Nordeste e no Brasil. O novo governador, Fábio Mitidieri, tem demonstrado sensibilidade especial às demandas culturais, e isso é fundamental para que o reconhecimento público se traduza, efetivamente, em melhorias e ações concretas para as realizações artísticas.  

[Clique aqui para ler outros depoimentos publicados na Retrospectiva 2023 da Revista CONCERTO.]

Guilherme Mannis

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