Retrospectiva 2021: Luciana Medeiros, jornalista
E o Rio de Janeiro... 2021: com as idas e vindas da pandemia, as esperanças e frustrações da retomada, o tempo se dissolveu num continuum descalibrado. Mas, até por isso, a retrospectiva é um belo e necessário exercício. Muitas perdas, tragicamente simbolizadas e acentuadas pelo desaparecimento de Nelson Freire, se alinham com sopros de retomada, ainda difusos. Há um esforço notável dos eventos, dos fóruns de discussão e de iniciativas estruturantes pelo Brasil.
O Rio de Janeiro, particularmente, apesar do avanço da vacinação, não reverteu a imobilidade que já se desenhava há anos – com a exceção honrosíssima da Sala Cecilia Meireles, que a direção de João Guilherme Ripper manteve acesa, relevante e inovadora. Se o Theatro Municipal fez muito pouco, mesmo nas atividades remotas, houve boas ideias como a do Trittico Feminino em julho e agosto, com destaque para a celebração de Eliane Coelho (70 anos de idade) e dos 50 anos de morte de Schönberg com Pierrot lunaire; mas os 90 anos da Orquestra do teatro marcaram uma melancolia da ausência.
As outras orquestras cariocas e fluminenses mantiveram programações on-line e presenciais cujo maior mérito foi, praticamente, o de ter de alguma continuidade, sem grandes destaques.
Destaque no Rio de Janeiro para duas iniciativas que uniram a Funarte e a Escola de Música da UFRJ, pelo esforço de Bernardo Guerra, André Cardoso e Marcelo Jardim: a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que não parou e celebrou muitos compositores com datas redondas; e o projeto Sinos, um verdadeiro ovo de Colombo que orienta e abastece projetos socio-musicais de todo o país, trazendo a certeza de que investir em informação, mentoria e apoio é o caminho no nosso setor.
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