Após Trump propor fim do National Endowment for the Arts, entidade cancela doações

por Redação CONCERTO 06/05/2025

Decisão gerou ampla condenação entre artistas, instituições culturais e defensores das artes; líderes de organizações afetadas classificaram os cortes como uma forma de censura e um ataque à diversidade cultural 

Várias importantes organizações artísticas norte-americanas sofreram cortes em seus financiamentos após a proposta do presidente Donald Trump de eliminar o National Endowment for the Arts (NEA) de seu orçamento de 2026. O NEA é uma agência federal fundada em 1965 e responsável por financiar e promover as artes nos Estados Unidos. De imediato, o NEA cancelou dezenas de subsídios previamente aprovados, afetando instituições culturais em todo o país, muitas dedicadas à música clássica e às artes performáticas.

Segundo o jornal San Francisco Chronicle, a medida resultou na revogação de doações essenciais para organizações como o Berkeley Repertory Theatre e o American Conservatory Theater, ambos na Califórnia. O Festival Internacional de Artes de San Francisco teve um apoio de US$ 20 mil cancelado enquanto o evento já estava em andamento, comprometendo apresentações de artistas internacionais. Outras instituições afetadas incluem o SFJAZZ e o Oakland Theater Project.

Já o site da NPR escreve que também a Orquestra Sinfônica de Chicago, o Open Studio Project (uma organização sem fins lucrativos de educação artística também de Chicago) e o Central Park Summer Stage na cidade de Nova York tiveram seus financiamentos cancelados. De acordo com o portal, centenas de grupos artísticos em todo o país receberam e-mails na noite de sexta-feira, 2 de maio, informando-os de que as doações seriam encerradas. Os e-mails, que tinham como remetente um endereço genérico do governo, foram enviados poucas horas após o anúncio de Trump propondo a eliminação do NEA.

O New York Times informou que, nesses e-mails, o NEA alega que está “atualizando suas prioridades de política de doações para concentrar o financiamento em projetos que reflitam a rica herança artística e criatividade do país, conforme priorizado pelo presidente” e que “consequentemente, [o NEA estará] encerrando patrocínios que estão fora dessas novas prioridades”. Conforme o site AP News, o NEA anunciou que as novas prioridades são projetos alinhados às novas diretrizes federais, como apoio a universidades historicamente negras (HBCUs), programas de recuperação de desastres, iniciativas militares e de veteranos, educação em inteligência artificial e o projeto “Make America Healthy Again”. Além disso, a agência destinará recursos para o “National Garden of American Heroes”, iniciativa promovida por Trump.

A decisão gerou ampla condenação entre artistas, instituições culturais e defensores das artes. Líderes de organizações afetadas classificaram os cortes como uma forma de censura e um ataque à diversidade cultural. 

Segundo o site The Violin Channel, desde a sua fundação pelo Congresso, em 1965, o National Endowment for the Arts concedeu US$ 5,5 bilhões em doações. “Embora seja a maior fonte única de financiamento de artes na América, também é uma das menores agências federais – e um documento da NEA de 2022 mostra que o financiamento que dispensa compreende apenas 0,003% do orçamento federal anual do país.”

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