Prefeitura demite diretores da Fundação Theatro Municipal

por Redação CONCERTO 28/08/2019

Diretores da Fundação Theatro Municipal de São Paulo foram demitidos na última segunda-feira pela prefeitura. De acordo com notícias publicadas hoje na imprensa, a Secretaria Municipal de Cultura atribui a decisão ao “modo enviesado” como vinha sendo realizada a avaliação das contas do Instituto Odeon, organização social responsável pela gestão do teatro. Para os funcionários demitidos, no entanto, a saída teria sido motivada pela recusa em aceitar a “pressão” da prefeitura pela aprovação sem ressalvas das contas.

No final do ano passado, o então secretário André Sturm havia determinado à Fundação Theatro Municipal que encerrasse o termo de colaboração com o Odeon, alegando problemas na gestão. No início de 2019, no entanto, com a saída de Sturm e a chegada de Ale Youssef à secretaria, foi suspenso o processo de distrato e instaurado um grupo de trabalho para avaliar as contas do instituto relativas a 2017 e 2018.

O grupo encerrou seus trabalhos em maio, aprovando com ressalvas as contas de 2017 e reprovando as contas de 2018, afirmando que nelas havia evidências de “ações antieconômicas, atos temerários em relação à gestão dos recursos públicos, insuficiência na apresentação de informações, impropriedades e falta de natureza formal nos registros apresentados, inconsistências de valores e não transparência na utilização do erário”.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a secretária adjunta Regina Silvia Pacheco questionou a postura do grupo de trabalho, que teria agido, segundo ela, em meio a “animosidades, um vaivém de informações, fofocas, vazamentos, posturas a serem condenadas”. Também ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor de gestão da Fundação Theatro Municipal, Homero Souza de Freitas, afirmou que a demissão ocorreu depois da secretária questioná-los a respeito de uma possível reversão na reprovação das contas e ouvir do grupo de trabalho que isso não seria feito. 

De acordo com a secretaria, a prefeitura aguarda agora o final do prazo legal para que o Odeon preste esclarecimentos relacionados aos pontos levantados pelo grupo de trabalho, que se encerra no dia 28 de setembro. “Não cabe julgamento prévio. Depois do prazo, serão devidamente encaminhadas as decisões. Independentemente delas, não há nenhum risco de interrupção no trabalho do Municipal. Se for preciso fazer uma mudança, a transição será feita com planejamento”, afirmou Silvia Pacheco.

Em nota, o Instituto Odeon afirmou que “vem respondendo a todos os questionamentos feitos pela comissão de maneira objetiva, transparente e fundamentada, sempre respeitando os prazos estabelecidos”. “Temos toda a documentação que comprova a correção de todos os gastos e ações à frente do Theatro Municipal.”

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Theatro Municipal de São Paulo [Divulgação / Sylvia Masini]
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