A impossibilidade de encenar os chamados grandes títulos do repertório operístico, por conta da pandemia, tem ao menos um lado positivo: a chance de ter sobre os palcos obras menos conhecidas, que oferecem olhares diferentes para o gênero.
É o que acontece neste final de semana no Theatro São Pedro de São Paulo, que encena uma dobradinha francesa formada por Sócrates, de Erik Satie, e O marinheiro pobre, de Darius Milhaud.
“São duas obras de pequenas dimensões, escritas para orquestras de câmara, com meia hora de duração. Isso mostra que os dois autores escapam da tradição operística do século XIX, que monumentalizou o gênero. O uso de poucos solistas, a reflexão sobre novas dimensões, tudo isso sugere a busca de novas possibilidades de espetáculos cênico-vocais”, afirma o maestro Gabriel Rhein-Schirato, que assina direção musical do espetáculo, em entrevista publicada na edição de maio da Revista CONCERTO.
Em Sócrates, Satie relembra a trajetória do filósofo em uma obra dividida em três partes: na primeira, o retrato dele narrado nos simpósios de Platão; na segunda, o diálogo entre Sócrates e Fedro; e, na terceira, a descrição da morte de Sócrates.
Já Milhaud fala, em O marinheiro pobre, da mulher de um marinheiro, que aguarda o seu retorno – e acaba, sem saber, levando sua própria história a um final trágico.
O elenco das óperas, que têm direção cênica de Caetano Vilela, é formado pelo barítono Vinicius Atique, a soprano Gabriella Pace, o tenor Paulo Mandarino, o baixo Eduardo Janho-Abumrad e o contratenor Victor Lucas Bento.
A dobradinha será apresentada no sábado e no domingo, com presença do público; a récita do dia 23 será transmitida ao vivo pela internet.
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Comentários
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Assisti e gostei,…
Assisti e gostei, especialmente da ópera "O Marinheiro Pobre".
Adoro a sala do Theatro São Pedro e quase tudo o que organizado lá.
Incrível como conseguem fazer apresentações de excelente qualidade, com tão pouco recursos.
Esbanjam criatividade e competência.