25ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea estreia no Rio de Janeiro

por Redação CONCERTO 09/12/2023

Evento acontece entre os dias 11 e 16 de dezembro e terá 56 obras

A Fundação Nacional de Artes - Funarte, em parceria com a Escola de Música da UFRJ, realiza a partir de segunda-feira, dia 11 de dezembro, a 25ª edição da Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Os concertos vão acontecer em três palcos do Rio de Janeiro: a programação de música orquestral, na Sala Cecília Meireles; a música de câmara, no Teatro Dulcina; e a eletroacústica, na Sala Sidney Miller da Funarte.

A Bienal carioca é um dos mais tradicionais eventos brasileiros dedicados à música de nossos dias. Ela é sucedânea dos Festivais de Música da Guanabara de 1969 e 1970, idealizados por Edino Krieger. A primeira edição da Bienal ocorreu em 1975, em parceria com a Sala Cecília Meireles então dirigida por Myrian Dauelsberg. A partir de 1981 a organização e realização passou a ser feita pela Funarte, cuja área de música era então dirigida por Edino Krieger.

Realizada sem interrupção desde a sua primeira edição, a Bienal contou em sua história com a participação de mais de 500 compositores e possibilitou a execução de cerca de 1.900 obras, sendo mais de mil delas em primeira audição. 

Esta 25ª edição perseguiu uma maior diversidade, com mais compositores negros, mulheres e 27 autores que participam da Bienal pela primeira vez. “Isso não acontece por acaso”, afirma Eulícia Esteves, diretora de Música da Funarte. “No edital do concurso, incluímos dispositivos para garantir certas presenças. O aumento do número de mulheres, ainda tímido, resulta dessa política afirmativa. Outra regra do edital foi a seleção de obras de compositores de todas as regiões do país.” Os maestros Marcelo Jardim e André Cardoso são responsáveis, respectivamente, pela coordenação executiva e pela coordenação artística.

Entre as obras selecionadas, 25 são inéditas. A primeira colocada na categoria para formações até quarteto foi Lotus, para violoncelista e sua voz, da compositora transexual Juno Carreño, que será executada pelo solista Pablo de Sá. Nela, o violoncelista tem o desafio de, além de tocar o instrumento, utilizar a sua voz como uma extensão do instrumento – imitando, harmonizando e timbrando com ele – e narrar citações de poemas de Valério Pereliéchin, Fernando Pessoa e da própria Carreño. 

Esta edição da Bienal de Música Brasileira Contemporânea também apresentará obras de quatro compositores homenageados – Aylton Escobar (Leminski: quatro dizeres e uma sombra, para barítono e piano, com texto de Paulo Leminski), Edino Krieger, que será homenageado in memoriam (Fantasia Cromática e Fuga, de 2013), Jorge Antunes (com a estreia da abertura de sua ópera Marielle) e Marisa Rezende (Devaneio, para orquestra de câmara, de 2022). 

As obras serão interpretadas pela Orquestra de Cordas de Volta Redonda, sob regência de Sarah Higino; pela Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência de Cinthia Alireti; pela Sinfônica de Barra Mansa, com regência de Anderson Alves; por grupos como o Abstrai Ensemble, Quarteto Suassuna, Madrigal Contemporâneo; e por solistas como Kátia Balloussier (piano), Tomaz Soares (violino), além de Paulo de Sá (violoncelo).

A programação na Sala Cecília Meireles acontece nos dias 11 e 12 (às 19h) e 16 (às 16h), no Teatro Dulcina (Cinelândia) nos dias 13, 14 e 15 (sempre às 19h) e na Sala Funarte Sidney Miller, no Edifício Gustavo Capanema, no dia 14 (às 16h). 

Haverá transmissão ao vivo pelos canais de vídeo youtube.com/funarte e youtube.com/artedetodagente. 

Arte de divulgação da Bienal de Música Brasileira Contemporânea
Detalhe da arte de divulgação da Bienal de Música Brasileira Contemporânea

 

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