Beethoven Fest: concertos na Cidade das Artes celebram o autor

por Luciana Medeiros 02/03/2021

Se Beethoven estivesse hoje pelo Brasil, iria para a rua gritar “Fora Bolsonaro”. É no que acredita o pianista Nivaldo Tavares, que estreia no dia 6 de março a segunda edição da sua Beethoven Fest na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, com a Orquestra Rio Sinfônica. Os quatro concertos acontecem nos sábados de março, trazendo as obras mais conhecidas do compositor alemão cujos 250 anos de nascimento foram celebrados em 2020. 

“Beethoven estava profundamente envolvido com seu tempo e suas peças são impregnadas da filosofia e do pensamento, das causas em que acreditava”, analisa Tavares, carioca que teve como professores, no Brasil, Linda Bustani e Antonio Guedes Barbosa, além de ter feito cursos e workshops nos Estados Unidos, na Rússia e na Bélgica. 

O projeto que homenageia Beethoven teria uma primeira edição completa em 2020, mas a pandemia obrigou Nivaldo – ao lado do sócio na empreitada, o regente Mario Barcelos – a adiar os concertos. “Fizemos um primeiro evento na Cidade das Artes em fevereiro de 2020 e tivemos que desmarcar o resto das homenagens”, conta Tavares. 

O concerto de 2020 foi o último evento com plateia presencial do complexo cultural no Rio de Janeiro. E agora, a segunda edição se torna o primeiro evento aberto ao público ao vivo. “Teremos rígidas medidas de segurança sanitária e máximo de 617 espectadores, metade da lotação da grande sala”, aponta o solista. Vários totens de álcool em gel com a figura de Beethoven estarão espalhados pelo espaço. “Além disso, não haverá intervalo, para evitar aglomeração”, avisa Tavares.

A programação traz os grandes hits de Beethoven, executados pelo grupo sinfônico com formação entre 40 e 50 músicos. “São alguns dos melhores músicos das orquestras cariocas, reunidos para o projeto que tem como maior objetivo o resgate do público que deixou de frequentar o Municipal e a Sala Cecília Meireles, principalmente por causa da violência”, garante Tavares. O primeiro concerto tem a participação da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, fruto do projeto Ação Social pela Música no Brasil. 

Com o apelo das peças mais conhecidas e tocadas de Beethoven, os músicos trazem ao palco os concertos n° 5, o “Imperador”, e o n° 1 (“que mostra o lado bem-humorado de Beethoven”, lembra Tavares), além das sinfonias n° 1 e a 6ª, a “Pastoral”. Além de Nivaldo, solista ao piano, e Barcelos, no pódio, os convidados são Tobias Volkmann (regência), Eduardo Monteiro (piano) e o trio Karin Lechner, piano, Ana de Oliveira, violino e Hugo Pilger, cello, que trarão o Concerto Tríplice no encerramento da série, no dia 27 de março.

“São os clássicos dos clássicos, sim”, reafirma Tavares, que tem como seu favorito o “Imperador”, que executa dia 13. “Peças que estão no inconsciente coletivo, e por motivos excelentes – qualidade e apelo ao ouvido.”  A Orquestra Rio Sinfônica e Nivaldo estão programados para voltar ao palco em mais quatro concertos esse ano, em julho, setembro, outubro e dezembro.

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Orquestra Rio Sinfônica [Divulgação / Gabriel Miranda]
Orquestra Rio Sinfônica [Divulgação / Gabriel Miranda]

 

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