Canarinhos de Petrópolis se apresentam no Festival de Artes e Saberes da Água

Em tempos de pré-COP30, encontro em que se discutirão questões prementes do meio ambiente, falar da água e de sua importância dá match. No domingo, 5 de outubro, o Festival de Artes e Saberes da Água, concebido e coordenado por Pablo Castellar, reúne artistas e público em torno desse elemento vital para o planeta e os seres vivos – tudo de graça e nos arredores do Museu de Arte Moderna no Aterro do Flamengo.

“Mais do que um festival, o FASA é um chamado à consciência coletiva”, explica Castellar. “A água não é apenas recurso natural: é memória, identidade cultural e vida. Reunimos artistas, artesãos, pensadores e o público para celebrar não só o valor ambiental desse elemento vital, mas também sua dimensão cultural e social.”

Dentre as propostas e atrações desse dia – que incluem palestras, feiras como a Junta Local, oficinas criativas e apresentações de artistas como como Leo Gandelman Quarteto e Tambores de Olokun – estão os Canarinhos de Petrópolis, o mais antigo coral de meninos em atividade no Brasil, fundado em 1942.

Com direção musical e regência de Marco Aurélio Lischt desde 1998, o grupo de meninos entre 9 e 18 anos já gravou 18 discos e estará a partir das 16h no palco do pilotis do museu cantando um repertório que inclui peças de Aylton Escobar (Sabiá, coração de uma viola), Liduíno Pitombeira (Água de Mani), Vieira Brandão com poema de Manuel Bandeira (Cussaruim em dois tempos) e Raul Pena Fieme, também com letra de Bandeira (Trem de ferro).

Os Canarinhos de Petrópolis fizeram, em julho desse ano, uma turnê pela Alemanha, representando o Brasil no 45.º Congresso Internacional Pueri Cantores, apresentando-se também em diversos outros palcos e igrejas, levando exclusivamente música brasileira, passando por Munique e Speyer, entre outras cidades. A ligação com a Alemanha sempre foi muito sólida: o fundador, o franciscano Frei Leto Bienias (1907-1988), criou o coral nos moldes dos corais alemães, como o mais antigo coro de meninos do mundo, Regensburger Domspatzen, onde ele próprio havia cantado.

O encontro com o público carioca também traz MPB, com canções e Milton Nascimento, Tom Jobim, Dorival Caymmi e Ary Barroso. A programação geral começa às 9h, com uma caminhada performática nos arredores do MAM Rio e do Aterro do Flamengo, sob a orientação do arquiteto paisagista Eduardo Barra, que fala de natureza, patrimônio e urbanização, e tem seu ultimo espetáciulo às 18h, com o quarteto do saxofonista Leo Gandelman. Durante o dia diversas oficinas serão ministradas, com informações e inscrições no site www.fasa.art.br e nas redes sociais do evento.

“No FASA, percebemos como a água é fonte constante de inspiração para as artes e saberes, e como essa produção artística nos conecta afetivamente com nossos patrimônios naturais”, diz Pablo Castellar.” As artes e saberes nos lembram que cuidar da água é cuidar de quem somos. Afinal, além de compor 70% do nosso corpo, a água molda também a nossa identidade.”