A soprano Adriane Queiroz mudou-se para a Europa há 25 anos, quando saiu do Pará em direção a Viena; e, na Alemanha, onde acabou se instalando como integrante do elenco da Ópera Estatal de Berlim, já são duas décadas.
25, 20. Duas efemérides importantes em sua trajetória musical. “Eu estou sempre fazendo balanços. Acredito que uma árvore não pode crescer sem suas raízes. Tenho pensado nas raízes que alimentei e que me trouxeram a um momento de maturidade musical e de sensibilidade, que tem me levado a outros repertórios”, ela diz.
Nesse repertório, há agora Erwartung, monodrama de Arnold Schoenberg que ela interpreta nos dias 8 e 9 no Theatro Municipal de São Paulo, com a Orquestra Sinfônica Municipal regida pelo maestro Alessandro Sangiorgi.
A peça foi escrita em 1909 a partir de texto de Marie Pappenheim. Narra a história de uma mulher que se depara com o corpo morto do amante em uma floresta escura. Ela o acusa de infidelidade ao mesmo tempo em que tenta revivê-lo, antes de se perder na noite.
“Pappenheim dizia que o texto se passa durante um lapso de pensamento. Um lapso no qual há medo, angústia, esperança. Eu entendo essa história à luz do inconsciente. Todo pensamento tem algo por trás de si. Cada frase da obra vem de algum lugar e é isso que me interessa como intérprete”, ela explica.
“Há um vazio que essa mulher vai transformar na floresta. Uma floresta irreconhecível, uma natureza que não se controla. Uma natureza na qual há a perda de si mesmo em meio às emoções”, completa.
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