O jornal O Estado de S. Paulo trazia em suas páginas na edição do dia 2 de março de 1969 uma notícia importante para a vida musical brasileira.
“Escola musical modifica o ensino”, diz a manchete.
“Uma escola que possibilitará uma total reestruturação do ensino musical e que ensinará tanto piano quanto datilografia, tal a elasticidade do currículo”, explica o texto. “Assim deverá ser a Escola Municipal de Música, criada há pouco tempo, e entrará em funcionamento em meados do próximo mês”, avisa.
De fato, entrou, ocupando um espaço provisório do Teatro Leopoldo Fróes, inaugurado no início dos anos 1950 e batizado em homenagem ao ator carioca.
E, em julho de 1969, o Estadão voltaria a se referir ao projeto. Com uma entrevista com o compositor e professor Olivier Toni, idealizador da escola, o texto já dizia que, “com apenas três meses de trabalho, a escola já consegue um resultado extraordinário”.
Naquelas férias, os alunos resolveram não entrar em recesso e realizam um seminário, com músicos e grupos convidados. Mas não só. “Já realizamos duas palestras sobre História da Arte e fizemos uma visita ao Museu da Arqueologia da USP, acompanhados do professor Bezerra de Meneses”, dizia Toni, já naquela época reafirmando uma de suas crenças: a de que a formação do músico deve ser também humanista.
De lá para cá, passaram-se 50 anos. E a Escola Municipal de Música comemora neste final de semana suas cinco décadas com uma série de apresentações na Praça das Artes, sua atual sede, e no Teatro Municipal, preparadas especialmente para marcar a data.
Hoje, no vão livre da Praça das Artes, a Maratona EMM 50 começa às 12 horas, com a Orquestra de Câmara da EMM (com Jorge Salim); às 13 horas, toca a Banda Sinfônica da EMM, com Dario Sotelo; às 14 horas, o Coro Adulto, com Maíra Ferreira; às 15 horas, a Orquestra Sinfônica Infantojuvenil, sob o comando de Daniel Cornejo; às 16 horas, o Coro Infantojuvenil, regido por Regina Kinjo; às 17 horas, é a vez da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal, com a maestrina Érika Hindrikson, atual diretora da escola, que, às 18 horas, comanda uma apresentação que vai reunir todos os grupos.
Amanhã, sábado, todos os gupos voltam a se apresentar a partir das 12 horas, mas desta vez no palco do Theatro Municipal de São Paulo. E com outra diferença: a apresentação conjunta das orquestras, encerrando a festa, será regida pelo maestro Roberto Minczuk, regente titular do Municipal e ex-alunos da Escola Municipal de Música.
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