O compositor Flo Menezes tem estado à frente de um movimento em defesa da música nova e, em novembro, prova isso mais uma vez com dois eventos dedicados à criação de nosso tempo. O primeiro é a Bienal Internacional de Música Eletroacústica, entre os dias 22 e 25, que chega à sua décima quarta edição; o segundo, o Festival Polifernália de Música Contemporânea, de 26 a 28. Na Bienal, o foco é a música eletroacústica; no Polifernália, o espectro é mais amplo e resgata o espírito do Festival Música Nova, de Gilberto Mendes.
"A conjunção da Bimesp, que chega ao seu 26º ano e é dedicada à música eletroacústica e realizada com um dos sistemas de difusão mais sofisticados do mundo, a orquestra de alto-falantes Puts (PANaroma/Unesp – Teatro Sonoro), com o Festival Polifernália, dedicado à música instrumental, visa a instituir uma parceria entre o Studio PANaroma da Unesp e a Emesp justamente para cobrir a lacuna deixada pelo Festival Música Nova dos tempos de Gilberto Mendes, que era nossa grande mostra internacional de música contemporânea. Estabeleceremos elos e intercâmbios com o que há de mais atual no mundo e aqui, em contraposição às tendências nacionalistas e híbridas, reinantes entre nós e que consideramos um atraso", explicou Menezes em entrevista a João Marcos Coelho, publicada na edição de novembro da Revista CONCERTO.
A programação da Bienal, sempre no Instituto de Artes da Unesp, começa no dia 22, com duas apresentações. Na primeira, serão apresentadas obras de Tomás Mistrorigo, Fabio Scucuglia, Alex Buck e Luciano Berio. Na segunda, peças de Gustavo Arima, Giovanni Porfirio, Flávio Monteiro e François Bayle.
Dia 23 também tem duas apresentações, com uma homenagem aos 75 anos de Denis Smalley e, em seguida, um repertório em parceria do Estúdio PANaroma, da Unesp, e o Prêmio Musa, de Portugal, com peças de Danilo Rossetti, Tiago Quintas, Daniel Barreiro, Alexandre Lunsqui, Vinicius Naka e Herbert Eimert. O dia 24, por sua vez, traz uma homenagem aos 60 anos de Flo Menezes, com o Ciclo das Errâncias. E, no dia 25, o destaque é o Painel dos Países, com obras de diferentes compositores e a participação da flautista Ana Ligia Mastruzzo.
O Polifernália é uma parceria do PANaroma com a Emesp - Escola de Música do Estado de São Paulo. No dia 26, no Theatro São Pedro, o Grupo Contemporâneo da instituição será regido por Ricardo Tanganelli (a coordenação é de Heri Brandino e Sarah Hornsby). O programa tem três estreias mundiais: o Quarteto nº 2, de Willy Corrêa de Oliveira, Quando, de Denise Garcia, e o Estudo de Massa, de Alexandre Lunsqui. Completam o repertório obras de Jack Fortner, Almeida Prado, Jocy de Oliveira e Marcílio Onofre.
No dia 27, o palco é o Instituto de Artes da Unesp, onde se apresenta o Piap – Grupo de Percussão da Unesp. John Boulder rege o programa, com obras de André Jolivet, Jo Kondo, Akira Nishimura e Iannis Xenakis. O encerramento, no dia 28, será no São Pedro, com professores da Emesp e convidados. Serão interpretadas criações de Valéria Bonafé, Maurício De Bonis, Tiago Gati, Sérgio Kafejian, Marisa Rezende, Gilberto Mendes e a estreia mundial de TransFormantes VII, de Flo Menezes.
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