Festival de Música Erudita do Espírito Santo anuncia nova edição, que terá o tempo como tema

por Redação CONCERTO 21/10/2022

A décima edição do Festival de Música Erudita do Espírito Santo será realizada entre os dias 4 e 26 de novembro em Vitória e terá como tema a relação do ser humano com o tempo.

A programação será aberta com um espetáculo no qual duas obras terão estreia mundial: o ciclo de canções O tempo e o mar, de Marcus Siqueira, com texto de Geraldo Carneiro, e a ópera A procura da flor, de André Mehmari, com libreto de Carneiro a partir do romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis.

Ao longo da programação, será estreada ainda uma outra obra, Devaneio, da compositora Marisa Rezende, em concerto da Orquestra Jovem Vale Música.

Nos últimos anos, o festival consolidou-se como um dos mais importantes eventos do calendário musical brasileiro. A programação passou a ter como foco o repertório do século XX e XXI, destacando a música brasileira, latino-americana e portuguesa, além de resgatar obras de compositoras de diferentes gerações.

A direção geral é de Tarcísio Santório e Natércia Lopes, da Companhia de Ópera do Espírito Santo. Livia Sabag assina a direção artística e integra o núcleo de curadoria ao lado dos maestros Gabriel Rhein Schirato e Helder Trefzger, do pianista Fabio Bezuti e da musicóloga e pesquisadora Guilhermina Lopes. 

“Há um entendimento de que a relação do público com o festival não pode ser apenas de uma mostra, de um conjunto de apresentações. Queríamos provocar um tipo de engajamento diferente a partir dessas temáticas, criando linhas de programação, encadeamentos de ideias que abram sentidos na relação com as apresentações. O tema, então, procura estabelecer a ponte com o momento em que vivemos. Em 2020, trabalhamos a questão das fronteiras; em 2021, o olhar para o outro. E estruturalmente continuamos no mesmo fluxo, estabelecendo também pontos de contato com as programações passadas. Envolver novos mais públicos exige pensar em novas formas de transmitir o que fazemos”, explica Livia.

A soprano Masami Ganev [Divulgação]
A soprano Masami Ganev [Divulgação]

Após o espetáculo de abertura, o festival promove no dia 11 concerto de câmara com a soprano Masami Ganev e o pianista Alberto Heller, dedicado a investigar diferentes olhares sobre o tempo e a natureza por meio de obras de autores como Fauré, Mel Bonis, Liza Lehman, Schubert, Francine Benoit, Nadia Boulanger, Alberto Nepomuceno, Reynaldo Hahn, Francis Poulenc e Richard Strauss.

No dia 12, o Quarteto Bratya e o violonista Lucas Vieira fazem a estreia brasileira de Dar Templo ao Tempo, do compositor português Eurico Carrapatoso. 

A programação, aliás, marca a instituição de uma parceria com grupos de Portugal, que já vinha sendo esboçada nas últimas edições. No dia 19, a Companhia de Ópera e Artes Contemporâneas AREPO, de Torres Vedras, interpreta o espetáculo Beatriz, com composições e direção musical de Luís Soldado, e encenação de Linda Valadas.

Cena do espetáculo 'Beatriz', da Companhia Arepo [Divulgação]
Cena do espetáculo 'Beatriz', da Companhia Arepo [Divulgação]

A apresentação da Orquestra Jovem Vale Música será realizada no dia 19, com obras de Clarice Assad, João Guilherme Ripper, Ernani Aguiar e Valéria Romero, além da estreia da obra encomendada a Marisa Rezende. No dia 25, a pianista Ana Claudia Assis faz recital com obras de compositores portugueses, como Fernando Lopes-Graça, Constança Capdeville e Vianna da Motta.

O concerto de encerramento acontece no dia 26, no Sesc Glória, com a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo. A apresentação vai apresentar os três vencedores do 1º Concurso de Canto Natércia Lopes. O destaque do programa, além de árias de óperas, é a presença de criações de Claudio Santoro, autor homenageado desta edição, ao lado do maestro capixaba Cláudio Modesto.
 
A volta ao formato presencial vai permitir que o festival retome atividades itinerantes que foram interrompidas pela pandemia. Assim, o Pequeno Teatro do Mundo apresentará uma versão para marionetes da ópera infanto-juvenil Onheama, de João Guilherme Ripper, em comunidades indígenas de Aracruz e na Escola da Serra. O projeto Concertos Itinerantes, por sua vez, levará diferentes repertórios para asilos e escolas e a cenógrafa Colette Dantas coordenará a oficina TEMPO-LUGAR-SOM, um projeto socioeducativo de instalações artísticas urbanas no centro de Vitória.

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O compositor André Mehmari [Divulgação]
O compositor André Mehmari [Divulgação]

 

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