João Carlos Martins celebra 80 anos com apresentação na internet

por Redação CONCERTO 25/06/2020

O maestro e pianista João Carlos Martins celebra hoje, dia 25 de junho, seus 80 anos com uma live às 20 horas em seus canais no YouTube e no Facebook ao lado de músicos da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, do pianista Davi Campolongo, da soprano Anna Beatriz Gomes e do tenor Jean William.

Campolongo interpretou o pianista no filme João, o Maestro, e sua desenvoltura ao piano fez com que Martins o escolhesse como seu único aluno formal de piano; Jean William foi descoberto pelo músico e tornou-se um de seus principais parceiros musicais, assim como Anna Beatriz Gomes.

A live assume, assim, um sentido simbólico. Martins divide sua trajetória em três fases: a do pianista, a do maestro e, agora, a do artista preocupado em deixar um legado. “A criação de um novo público: é esse o meu perfil. Manter a tradição e inovar. Certa vez, programamos um concerto em Itaquera e por um erro de divulgação, apareceram apenas dezessete pessoas. Eu disse para os músicos: esse é o concerto mais importante da nossa vida. E aquelas dezessete pessoas voltaram para casa movidos pela experiência, e o interesse fez com que nós logo retornássemos para tocar para milhares de pessoas.” 

Martins diz que seus concertos já foram vistos por 17 milhões de pessoas, com a Bachiana tendo visitado duzentas cidades em São Paulo e quatrocentas em todo o Brasil. A conta inclui ainda os 516 grupos parceiros no Orquestrando o Brasil. “O trabalho com os jovens tem quatro objetivos. O primeiro é colocar a música na vida das pessoas. O segundo é oferecer a música como hobby. O terceiro, capacitar músicos para orquestras. E o quarto, descobrir diamantes a serem lapidados.”

“Eu quero mais espaço para a música erudita, vou pisar no barro e na lama para conquistar isso. Meu pai lutou pela educação dos filhos. E prometi a ele que, um dia, quando nos reencontrássemos, eu poderia dizer a ele: deixei um legado.”

Ao mesmo tempo, o pianista celebra o retorno ao piano, possibilitado por luvas desenvolvidas pelo engenheiro Ubiratan Bizarro, com as quais conta ter voltado a passar horas ao piano, estudando. “Eu nunca mais vou ser o pianista de antigamente. Mas o prazer de poder sentar ao piano e estudar seis, sete horas por dia, o que não conseguia fazer há 22 anos, mudou minha vida mais uma vez”, ele diz. “Gilberto Dimenstein me disse uma vez que o contrário da vida não é a morte, é a repetição.  Nos primeiros cinco minutos de cada dia, sou um velhinho que pensa: se eu morrer daqui a meia-hora, tudo bem. Mas em seguida, reaparece a criança feliz por fazer música. E que imagina o que ainda pode fazer nos próximos vinte anos.” 
 

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João Carlos Martins [Divulgação/Ale Catan]
João Carlos Martins [Divulgação/Ale Catan]

 

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