Duas orquestras cariocas estreiam nessa semana séries de repertório mais popular – uma, em compasso ternário; a outra mergulhando de cabeça no rock.
A Sinfônica Brasileira estreia série que ocupará em 2019 o palco do Teatro Riachuelo nesta terça, dia 18, apresentando, com regência de Roberto Tibiriçá, as valsas popularíssimas de Johann Strauss II, como a indefectível Danúbio Azul, e de Tchaikovsky, entre elas a Valsa das Flores do balé O Quebra Nozes.
Já a Opes ocupa o palco do Vivo Rio, casa de shows no Aterro do Flamengo, dias 19 e 20, com a nova atração de sua série Álbuns: a música do Metallica, banda californiana de trash metal.
“Estamos ainda estruturando a série do Teatro Riachuelo, com pegada mais popular, um ‘pop dos clássicos’, digamos assim”, diz Ana Flavia Leite, que acumula as diretorias executiva e artística da OSB. “Pensamos em abranger outros gêneros da música, como o jazz. Já temos várias datas fechadas. O próximo vai ser dia 16 de julho, com regência de Tobias Volkmann e programa de árias de óperas muito conhecidas”.
Já a Petrobras Sinfônica dá prosseguimento à série em que executa todas as faixas de um disco considerado icônico no pop ou no rock – casos de Thriller, de Michael Jackson, The Dark Side of the Moon, de Pink Floyd, e Ventura da banda brasileira Los Hermanos. Dessa vez, entra em cena o Black Album do Metallica, sob a batuta de Felipe Prazeres, com arranjos de Ricardo Cândido.
“Estamos com uma formação de muitas cordas e menos sopros, e uma novidade: violinos, violoncelo e viola elétricos”, anuncia Felipe. “Os violinos fazem os solos de guitarra e os cellos dão aquele peso da guitarra base. Há também muitos blocos melódicos, com os naipes executando a linha do vocalista”.
Som sinfônico nos gêneros populares não é novidade, mas sempre atrai um público que não está habituado a assistir uma orquestra. Prazeres concorda que tem visto uma audiência muito diferente da que frequenta as casas de concerto. Mas, segundo ele – um apreciador de rock mais sofisticado e leve, como o de Dire Straits –, isso também é investimento em formação, de quem sabe ter parte do público de rock se identificando com o grande repertório clássico.
“Acho que cabe desmistificar a orquestra, mostrar as diferenças dos timbres dos instrumentos, devagar ir trazendo esse público também para os concertos”, diz Prazeres. “É trabalho de formiguinha, desconstruir preconceitos”. Para a série Álbuns, há ainda “muita coisa a ser feita, nacional e internacional”, garante o regente. “Sem querer dar spoiler, mas quem sabe um disco da Legião Urbana?”
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