Uma pesquisa realizada pela Liga das Orquestras Americanas oferece um panorama do impacto da pandemia nas atividades de conjuntos dos Estados Unidos – e como está sendo imaginado o retorno às atividades ainda este ano.
Ao contrário do que aconteceu na Europa e mesmo no Brasil, as principais sinfônicas do país paralisaram suas atividades presenciais por completo ao longo do ano passado, e apenas agora começam a retomar seus concertos com protocolos de segurança.
Segundo a pesquisa, realizada com 198 conjuntos de diferentes tamanhos e orçamentos, apenas 23% das orquestras estão oferecendo atualmente performances ao vivo com a presença do público; e 43% dos grupos imaginam retornar as atividades em setembro ou outubro apenas.
Para 64% das orquestras, a programação da próxima temporada (2021-2022) será baseada apenas em orquestras de câmara ou formações menores – os números mudam quando se consideram as orquestras de maior orçamento: para 84% delas, a previsão é retornar com a formação completa.
A princípio, no que diz respeito ao público, a expectativa é de ocupação de 42% das salas.
Alguns grupos já retomaram suas programações, seguindo protocolos de segurança sanitária, como as orquestras de Filadélfia e Boston.
Na semana passada, a Filarmônica de Nova York anunciou o retorno de concertos presenciais com uma apresentação em abril. O grupo, no entanto, optou por não voltar ao palco do David Geffen Hall, no Lincoln Center.
O concerto, com grupo de cordas, será realizado no The Shed, centro cultural inaugurado em 2019 com a possibilidade de ser adaptado para diferentes atividades artísticas; apenas 150 pessoas poderão acompanhar a apresentação, que será regida por Esa Pekka Salonen.
A Ópera de Michigan, que no ano passado encenou uma versão de O crepúsculo dos deuses, de Wagner, em um prédio de estacionamentos de Detroit, também anunciou na semana passada sua temporada 2021-2022. Parte das produções idealizadas pelo diretor artístico Yuval Sharon será realizada fora do teatro, em espaços ao ar livre – e, para as montagens previstas para o palco, estão sendo desenvolvidos planos alternativos caso haja aumento na contaminação pelo coronavírus.
O primeiro espetáculo será em abril, com uma apresentação em concerto de Cavalleria rusticana, de Mascagni, no anfiteatro do parque Meadow Brook. O elenco é encabeçado pela soprano Christine Goerke, recém-nomeada diretora artística assistente. Os outros espetáculos anunciados são as óperas Blue, de Jeanine Tesori e Tazewell Thompson; Bliss, de Ragnar Kjartansson; Frida, de Robert Xavier Rodríguez e Migdalia Cruz; La bohème, de Puccini; e X: The life and times of Malcom X, de Anthony Davis.
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