Osesp faz estreia mundial de concerto para trombone de Chick Corea

por Redação CONCERTO 05/08/2021

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo faz, em suas apresentações desta semana, a estreia mundial do Concerto para trombone de Chick Corea, peça encomendada pelo grupo em parceria com as sinfônicas de Nashville, Helsinque, a Filarmônica de Nova York e a Fundação Gulbenkian.

O concerto foi uma das últimas obras escritas pelo músico norte-americano, morto no início deste ano. Pianista e compositor, Corea foi símbolo do chamado jazz fusion, gênero que a partir dos anos 1960 unia o jazz ao rock, ao funk, ao R&B e ao jazz latino.

A peça foi sugerida ao compositor pelo trombonista Joe Alessi, membro da Filarmônica de Nova York, que será o solista das apresentações nos dias 5, 6 e 7 – o concerto do dia 6 terá transmissão ao vivo pela internet. 

Em texto publicado no site da orquestra, Alessi fala um pouco sobre a obra. “A composição começa com uma introdução de peso chamada A Stroll Opening, que inclui um solo de trombone de improvisação livre seguido de um diálogo com harpa, percussão e piano. Depois desse diálogo, há um segundo movimento chamado simplesmente A Stroll, que foi inspirado no período em que o músico viveu em Nova York, caminhando para cima e para baixo enquanto absorvia os insights e os sons da Big Apple”, explica ele.

“O terceiro movimento é intitulado Waltz for Joe. Chick desejava explorar o lado mais lírico do trombone e essa parte foi composta exatamente para isso. Eu descreveria essa valsa como reminiscente da música de Erik Satie. Hysteria, o quarto movimento, foi composta já no início da pandemia da Covid-19 e, de acordo com Chick, ele escolheu esse título propositalmente para exemplificar o caos do mundo naquele momento.”

O quinto e último movimento se chama Tango for Joe. “Mas a versão atual não é a que Chick originalmente compôs. A primeira versão terminava pacificamente, similar aos movimentos prévios, mas eu imaginava um final mais longo e dramático. Tive que tomar muita coragem para ligar para Chick e perguntar se ele consideraria reescrever essa parte. Quando ele me perguntou o motivo, expliquei que a música me passava a ideia de dois estranhos, um deles relutando em se comprometer de verdade, mas dançando um tango cada vez mais envolvente e apaixonado e, finalmente, se rendendo ao amor pelo outro.”

O programa tem ainda a suíte sinfônica criada por D. W. Ochoa a partir dos temas da ópera Ariadne auf Naxos, de Strauss. 

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Joe Alessi e Giancarlo Guerrero durante ensaio com a Osesp [Divulgação/Isadora Vitti]
Joe Alessi e Giancarlo Guerrero durante ensaio com a Osesp [Divulgação/Isadora Vitti]

 

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