Osesp lança temporada 2022 com celebração pelos 100 anos da Semana de Arte Moderna

por Redação CONCERTO 05/10/2021

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo anunciou na manhã de hoje sua temporada 2022. A programação tem como tema Vasto Mundo, inspirado nos versos do Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade. E terá como um dos principais eixos homenagens aos 100 anos da Semana de Arte Moderna.

O ciclo Clássicos Modernistas vai apresentar 122 obras escritas entre 1894, ano da estreia do Prélude à l’Après-Midi d’um faune, de Debussy, e 1954, ano da fundação da Osesp. Um dos destaques é o ciclo Viva Villa!, com vinte obras do compositor, que participou da Semana de Arte Moderna. Outros dois ciclos estão previstos: Strauss Essencial e um dedicado a Jean Sibelius, escolha do maestro Thierry Fischer (em 2022, será realizada a primeira parte da integral de suas sinfonias).

“Fazer um ciclo Sibelius é uma grande porta aberta para o futuro. A qualidade da orquestra e a beleza da Sala São Paulo, combinadas, irão desenvolver as melhores capacidades da Osesp, além de criar laços entre os músicos e entre a Orquestra e o público. Estou absolutamente convencido de que haverá um ‘antes’ e um ‘depois’ do ciclo Sibelius no desenvolvimento artístico da Osesp”, explica o maestro.

Ao todo, a temporada traz 31 programas de assinaturas e 109 concertos, sinfônicos, do Coro da Osesp, do Quarteto Osesp e recitais. Uma novidade é a escolha do violino como instrumento em foco, com concertos para o instrumento na série sinfônica e programações específicas, que vão reunir doze músicos da Osesp e outros artistas convidados, interpretando obras como as sonatas de Eugene Ysaÿe.

A Osesp espera, com o passaporte de vacinação, voltar a ocupar 100% da Sala São Paulo em 2022. Por conta disso, serão vendidas assinaturas, que representam cerca de 70% da ocupação. Os ingressos avulsos serão vendidos apenas a partir da semana que vem, para que haja espaço de manobra no caso de nova necessidade de distanciamento social dentro da sala de concertos.

Thierry Fischer fará doze semanas de apresentações ao longo da temporada. Marin Alsop, regente de honra, vai comandar um concerto que explora a relação da obra de Villa-Lobos com a natureza, programa que também vai levar a Osesp ao Carnegie Hall.

A programação terá quatro compositores visitantes: Jimmy López, Jörg Widmann, Heinz Holliger e Arrigo Barnabé (que vai escrever obra para o Quarteto Osesp, comemorando seus 70 anos). Estão previstas a estreia latino-americana de três concertos para piano (de Jimmy López, Thomas Adès e Dieter Amman), de um concerto para trompete de Roberto Sierra e de peças de Jessie Montgomery e Luís Tinoco. A Osesp fez quatro encomendas para compositores brasileiros: além da peça para Arrigo Barnabé, uma abertura sinfônica para Marcos Balter; uma obra coral para Valéria Bonafé; e uma peça para violino solo de Luiz Amato. 

Entre os artistas convidados estão os pianistas Alexander Melnikov, Andreas Haefliger, Javier Perianes, Kirill Gerstein, Jan Lisiecki e Cédric Tiberghien; as violinistas Baiba Skride, Carolin Widmann, Esther Yoo, Luiz Fílip, Luis Otávio Santos e Priscila Rato; e o violoncelista Antonio Meneses. Entre os maestros, Giancarlo Guerrero, Domingos Hindoyan, Heinz Holliger, Alexander Shelley, Anja Bihlmaier e Neil Thomson.

A Osesp também fará gravações de obras que serão apresentadas ao longo da temporada, como os concertos para violino, fagote e clarinete de Francisco Mignone (com Giancarlo Guerrero e os solistas Emmanuele Baldini, Alexandre Silvério e Ovanir Buosi, respectivamente). Com Neil Thomson, será gravado um álbum dedicado a Almeida Prado, com Pequenos funerais cantantes e a Sinfonia nº 2 – Dos orixás. Será complementada a gravação da obra para violoncelo e orquestra de Villa-Lobos, com Meneses e Karabtchevsky. Esses projetos serão lançados na série Música do Brasil, do selo Naxos. 

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Thierry Fischer durante ensaio com a Osesp [Divulgação]
Thierry Fischer durante ensaio com a Osesp [Divulgação]

 

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