Quaternaglia celebra trinta anos de carreira com concerto e novo disco

Um concerto na Sala São Paulo no próximo dia 28 vai marcar as celebrações dos trinta anos do Quaternaglia, um dos mais importantes e longevos grupos de câmara da música brasileira. Na apresentação, será lançado oficialmente o disco Down the Black River, em que o grupo, o pianista Rogerio Zaghi e uma orquestra formada especialmente para o projeto interpretam obras do compositor Sergio Molina, todas inéditas em disco.

O disco celebra a colaboração com Molina, que teve como padrinho o Festival Hill de Round Top nos Estados Unidos, onde o Quaternaglia se apresenta regularmente. Foram gravadas The Journey of Weary Souls, Quinteto para um outro tempo, Down the Black River e Song of the Universal, peça que estreou no ano passado em concerto com as Orquestras de Guarulhos, que participam da apresentação de lançamento.

O disco está sendo lançado em formato digital, mas o grupo lança também um livreto-arte especialmente desenvolvido para o projeto, que marca as celebrações especiais pelo aniversário do conjunto.

Criado em 1992, o Quaternaglia – hoje formado por Sidney Molina, Fábio Rammazina, Thiago Abdalla e Chrystian Dozza – destacou-se no cenário não apenas pela qualidade das interpretações, mas, também, pela ousadia na busca de repertório, transcrevendo e adaptando peças e ampliando as obras para quarteto de violões como dedicatários e por encomendas.

O grupo também lança este ano o disco Bellinati’s Mosaic, pelo selo Guitarcoop. Nele revisita sete peças de Paulo Bellinati para a formação – dessas, três dedicadas ao Quaternaglia – e mais uma homenagem inédita de Sérgio Assad ao compositor paulista.

“Paulo Bellinati foi um dos primeiros compositores que se interessaram por escrever para nós. Ele tem um pensamento orquestral em relação ao violão, tanto que no início dos anos 1990, no disco Violões do Brasil, gravou tocando vários instrumentos da família violonística. Quando ele viu que havia um quarteto profissional disponível, passou a colaborar conosco”, contou Sidney Molina em entrevista a Luciana Medeiros publicada na edição de maio da Revista CONCERTO.

“Pensamos num projeto em homenagem aos 70 anos do Paulo, regravando e buscando novas versões das músicas para quarteto, que exploram idiomas musicais diferentes – tem valsa, baião, jequibau, maracatu, frevo, maxixe, com participação dele próprio e do percussionista Ari Colares, grande especialista em ritmos brasileiros. Cada peça dele virou um sucesso. Por exemplo: estávamos tocando em Houston, e no intervalo um americano nos procurou no camarim perguntando se iríamos tocar A furiosa de Bellinati. Ele havia vindo de Dallas especialmente para ouvir essa música com a gente. Tivemos que tocar no bis!"

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