Retrospectiva 2019: Guilherme Mannis

por Redação CONCERTO 12/01/2020

Depoimento colhido na primeira quinzena de dezembro de 2019

“Muito trabalho e desafios: assim posso definir 2019, ano em que a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) desenvolveu uma importante temporada de concertos, no retorno para sua casa renovada: o Teatro Tobias Barreto. A produção da orquestra segue com enorme relevância para sua comunidade: casa cheia, repertórios desafiadores, grandes concertos e público ávido por atrações de qualidade. A realização de apresentações com o Coro Sinfônico da Orsse e o envolvimento com a comunidade artística local têm gerado grandes frutos, incluindo o incremento, neste ano, de 14% em público e 29% em quantidade de eventos. Em relação ao nosso país, contudo, é impossível escrever essa reflexão sem pensar no ataque que as artes, a cultura e a educação atravessam e em suas consequências. Há anos sofre-se com o prejudicial subfinanciamento em nossa atividade, cujas realizações, a meu ver, ainda estão distantes de nossa plena capacidade. Longe de ser falta de sensibilidade do gestor de plantão, o fenômeno reflete uma sociedade que cada vez menos considera a formação humanística e intelectual como algo valoroso. Nossa adaptação a esse cenário é fundamental: é essencial nosso papel como educadores, não como prepotentes “messias de sabedorias artísticas”; como criativos provedores de bons espetáculos, formadores de plateias, sensibilizadores de afetos. Creio que, desta forma, muitas das orquestras fora do eixo RJ-SP-BH têm atuado com grande êxito em suas atividades. Que as orquestras sinfônicas profissionais brasileiras sejam cada vez mais valorizadas e mais vitais!”

Guilherme Mannis, diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Sergipe e professor da Universidade Federal de Sergipe

 

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