Retrospectiva 2019: Luciana Medeiros

por Redação CONCERTO 17/01/2020

Depoimento colhido na primeira quinzena de dezembro de 2019
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“O Rio de Janeiro da música de concerto não foi diferente do Rio de Janeiro da educação, da saúde, do turismo. Com seus principais espaços ligados ao governo do estado, a política cultural teve solavancos financeiros e institucionais violentos. Com a chegada de Ruan Lira à Secretaria de Estado de Cultura, Theatro Municipal e Sala Cecília Meireles ficaram sob o comando de Aldo Mussi, com André Heller-Lopes na direção artística. Em setembro, a Sala, que teve sua programação descaracterizada, voltou às mãos competentes de João Guilherme Ripper. Ruan Lira deixou o cargo em dezembro – novas mudanças virão? A ver. O Theatro, a bem dizer, conseguiu fazer milagres para driblar a falta de verba. A programação incluiu óperas, balés e a série Grandes Vozes. Não chega a ser uma temporada em seu sentido mais conceitual, mas o palco não ficou vazio. A Dell’Arte fez sua série com as atrações do nível habitual. Das orquestras, nenhuma notícia alvissareira. A OSB emagreceu um tanto; a Petrobras Sinfônica se destacou mais pelas versões sinfônicas de MPB e de rock; a Sinfônica Nacional da UFF resistiu à desidratação da verba das universidades; Daniel Guedes vem dando novas cores ao projeto de Barra Mansa. Entre as iniciativas, digamos, mais independentes, louvem-se a persistência da Johann Sebastian Rio, do encontro de cravos de Marcelo Fagerlande, Rosana Lanzelotte com seu Baroque in Rio, o Prelúdio 21. No casamento da ópera com o cinema, dois destaques: o sucesso do Ópera na Tela e a realização de Jocy de Oliveira, arrebatando prêmios em Festivais no exterior com Liquid Voices. Para terminar, o lamento pelo acidente que tirou Nelson Freire do piano por alguns meses e os parabéns a Ricardo Tacuchian pelos 80 anos e à Rádio MEC pela resistência.”

Luciana Medeiros, jornalista

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