O centenário da Semana de Arte Moderna é o ponto de partida para uma série de apresentações musicais nos próximos dias no Theatro Municipal de São Paulo.
Hoje e amanhã, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta o programa Villa-Lobos Total, com a integral das Bachianas brasileiras do compositor.
Serão duas sessões por dia. Às 16h30, serão interpretadas as Bachianas nº 1, nº 5, nº 2 e nº 8; e, às 20h, as Bachianas nº 9, nº 3, nº 6, nº 4 e nº 7. Na terceira da série, a solista será a pianista brasileira Sylvia Thereza. A regência é de Roberto Minczuk.
Em texto publicado em 2003, que pode ser lido na seção Acervo CONCERTO do Site CONCERTO, o crítico Lauro Machado Coelho falava da importância das peças.
“As Bachianas são, decerto, no mundo inteiro, a mais bela e mais complexa homenagem que se prestou à grandeza do Barroco e a seu maior representante. Os Choros são sem dúvida mais ousados; mas as Bachianas são uma experiência única de cruzamento dos recursos harmônicos, melódicos e rítmicos da música folclórica de diversas regiões do Brasil com as formas utilizadas por Bach, que Villa-Lobos, no dizer de Vasco Mariz, considerava um manancial folclórico universal, intermediário de todos os povos. É também uma obra que ocupa posição privilegiada, central, no desenvolvimento do estilo do compositor pois, iniciada em 1930, com uma peça escrita para os concertos sinfônicos organizados por Walter Burle-Max, estende-se até o final da década de 40, quando a dificílima nº 9 faz culminar, com virtuosismo extraordinário, as experiências de canto coral onomatopaico desenvolvidas em peças como a Sinfonia n° 5, o Noneto, os Choros n° 1 ou o Mandu Çarará”, escreveu [leia aqui o texto na íntegra]
Amanhã, domingo, a Orquestra Experimental de Repertório também sobe ao palco do Municipal para apresentar o Concerto para violão e orquestra, de Villa-Lobos, e a Sinfonia popular nº 1 de Radamés Gnattali, sob regência de Jamil Maluf.
O Coral Paulistano também participa das celebrações: além de se dedicar à música coral brasileira, o grupo foi criado por Mário de Andrade. O programa, na Sala do Conservatório, terá obras de Villa-Lobos, Juliana Ripke, Dinorá de Carvalho, Osvaldo Lacerda, Almeida Prado, Edino Krieger, Ronaldo Miranda e Aylton Escobar. E a regência é de Maíra Ferreira.
A série se encerra no dia 17, com o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, também criado por Mário de Andrade. O recital abre a programação Identidade brasileira, que o grupo vai apresentar ao longo do ano e traz o Quarteto nº 3 de Villa-Lobos e o Quarteto nº 2 de Camargo Guarnieri.
A música e a contribuição da semana para a área também será tema, no dia 14, de uma mesa-redonda, A Semana de 22 e a Música. Dela, participam Lívio Tragtenberg, autor de O que se ouviu e o que não se ouviu na Semana de 22, Marcelo Jaffé, membro do Quarteto de Cordas do Theatro Municipal e Professor da Escola de Música da ECA-USP, e Camila Fresca, jornalista e pesquisadora em música clássica. A mediação é de Cacá Machado, cantor, compositor e professor do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp.
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