Thierry Fischer: "Berlioz é irreprimível, imperioso, indomável, homérico"

por Redação CONCERTO 10/05/2023

Maestro fala sobre A danação de Fausto, que ele rege a partir de quinta-feira na Sala São Paulo

“Berlioz aproveitou as palavras marcantes, catastróficas e grotescas de Goethe para escrever uma espécie de autorretrato musical. Impressionante!” Assim o maestro Thierry Fischer define A danação de Fausto, lenda dramática de Hector Berlioz que a Osesp apresenta nos dias 11, 12 e 13 de maio na Sala São Paulo. 

O time de solistas inclui a mezzo soprano Karina Demurova, o tenor Valentyn Ditiuk e os barítonos Roderick Williams, que no último sábado se apresentou na coroação do Rei Charles III, e Erick Souza. Participam ainda o Coro da Osesp, o Coro Acadêmico da Osesp e o Coro Infantil da Osesp. 

“Berlioz estava muito à frente de seu tempo, por isso é uma inspiração irresistível para mim. Sua abordagem conceitual intrépida do significado dos sons sempre me atraiu. Sua composição musical está constantemente nos desafiando, pois ele buscava sons extremos, nuances extremas, representação extrema de triunfo, drama. Para mim, seus conceitos, principalmente baseados em sua própria vida, são uma motivação para nós, intérpretes, desenvolvermos tanto nossa imaginação quanto nossas técnicas de atuação”, diz Fischer.

Berlioz é a quintessência de um artista. Ele não tem escolha. Sua escrita tem a certeza do instinto, diz Fischer

Para o maestro, “é bizarro imaginar que quando ele nasceu, Beethoven ainda tinha 24 anos pela frente, eles eram contemporâneos!”. “Berlioz quebrou todas as convenções possíveis e simplesmente ouviu sua imaginação ilimitada, sem se importar com as tradições musicais, portanto ainda mostrando a todos nós hoje, em 2023, que nas artes não devemos substituir o desejo pela vontade. Com Berlioz, sempre senti que sua persistente revolta e luta não são uma negação, mas uma afirmação. Ele pensa enquanto respira, está refletindo enquanto existe, com uma unidade que desconhece, transbordando de unidade vital e indesejada. Berlioz é a quintessência de um artista. Ele não tem escolha. Sua escrita tem a certeza do instinto. Berlioz é irreprimível, imperioso, indomável, homérico e tão sugestivo.”

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Ensaio de 'A danação de Fausto', na Sala São Paulo [Divulgação/Laura Manfredini]
Ensaio de 'A danação de Fausto', na Sala São Paulo [Divulgação/Laura Manfredini]

 

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