Wiebke Lehmkuhl: “Em Mahler, você precisa desconfiar das primeiras impressões”

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo recebe nos dias 7, 8 e 9 a mezzo soprano alemã Wiebke Lehmkuhl para apresentar uma seleção de canções do ciclo Des Knaben Wunderhorn, de Gustav Mahler, sob regência de Thierry Fischer.

Os textos foram extraídos pelo compositor de uma coletânea de histórias folclóricas lançada em 1805 por Clemens Brentano. E foram uma influência importante em sua carreira: suas quatro primeiras sinfonias se enquadram nos seus Anos Wunderhorn.

“São canções sobre vida, morte, amor, desencanto”, diz Lehmkuhl. “E nelas você precisa sempre desconfiar das primeiras impressões. Você está cantando sobre o amor entre duas pessoas, mas há portas escondidas que te levam em outra direção.”

Ela conta que é a primeira vez que canta o ciclo com orquestra – originalmente, as peças foram escritas para acompanhamento ao piano. E se diz feliz com a experiência – o universo sinfônico só amplia as possibilidades de leitura das obras.

“Para o cantor, o desafio é conseguir trocar muito rapidamente o caráter do que você está cantando. Não dá para cantar da mesma forma A vida terrena e Quem escreveu essa pequena e linda canção?. Ligar e trocar de chave é difícil, mas vem daí também a riqueza da peça. Lembro de uma professora me dizer na primeira vez que fui cantar os Knaben: divirta-se.”

O concerto inclui ainda a Sinfonia nº 2 de Sibelius. A Osesp, no domingo, volta ao Auditório Claudio Santoro para mais um concerto no Festival de Inverno de Campos do Jordão. O programa deste concerto não terá Mahler e será inteiramente dedicado ao compositor finlandês.

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