A ópera pastoral Acteón, de Charpentier, abre nos dias 3, 4 e 5 a série Ópera Fora da Caixa do Theatro Municipal de São Paulo, realizada com o objetivo de pensar o gênero em espaços alternativos. Nessa primeira experiência, o palco será a Sala do Conservatório, na Praça das Artes.
A direção musical é de Juliano Buosi e a cênica, de Leonardo Ventura. No elenco, nomes como o contratenor Jabez Lima e a soprano Marília Vargas. Um grupo de dezesseis músicos da Orquestra Sinfônica Municipal participa do espetáculo, assim como cantores do Coro Lírico Municipal, regidos por Mário Valério Zaccaro.
A ação de Acteón se baseia em um episódio das Metamorfoses de Ovídio. São seis cenas. Na primeira, Actéon discute com um grupo de caçadores. Na segunda, em uma nascente, Diana e suas irmãs se banham. Em seguida, Actéon resolve descansar em uma pequena clareira. Mas ele vê Diana e suas irmãs, que se preocupam com a possibilidade de ele revelar a outros a presença delas ali.
Na quarta cena, Actéon é transformado em veado. Os caçadores chegam, na cena seguinte, à procura de Actéon para que ele participe de uma caçada. Cena 6: a deusa Juno anuncia aos caçadores a morte de Actéon, transformado em veado e devorado por seus cães de caça. Um coro de caçadores expressa tristeza e raiva pelo que aconteceu.
“Mais do que uma reprodução, o objetivo foi entender os elementos da história, do barroco, a relação da ópera com o mito. E a partir daí construir uma leitura”, explica em entrevista o diretor Leonardo Ventura, que faz sua primeira incursão pela ópera. “Uma das premissas do barroco é que tudo aparece em camadas, e o que busquei foi traduzir esses elementos para hoje, oferecendo vários pontos de vista.”
O diretor conta que recorreu a Artémis, “deusa dos limites, das fronteiras”, protetora das mulheres. “Acteón é um personagem positivo, que erra por acaso. Os caçadores, por sua vez, eu entendo como um grupo que pretende encontrar e devastar um novo território. E Diana aparece para dizer não, impor um limite à destruição.”
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