O Festival Amazonas de Ópera abre sua 26ª edição nesta terça-feira, com a estreia brasileira da ópera La vorágine, de João Guilherme Ripper. A montagem é uma produção conjunta com a Colômbia. A ópera é baseada no livro de mesmo nome de José Eustasio Rivera, obra clássica da literatura colombiana.
O romance conta a história de Arturo Cova, homem de espírito livre e impetuoso que se apaixona por Alicia, uma jovem de família conservadora. Naturalmente, a relação não é aceita pelos pais dela. E os dois deixam Bogotá e partem em direção a outras paragens, passam pelos Llanos Orientales e então pela Amazônia, em direção a Manaus, experimentando no caminho perigos e tragédias de um mundo no qual parece não haver redenção. Um mundo de violência, de exploração, que consome aqueles que nele vivem.
Sobre a música, Ripper diz que, apesar do forte caráter regional da história, “não me propus a fazer música colombiana, o que levaria a uma partitura caricata”. “O que fiz foi ouvir muito essas manifestações musicais, o uso de alguns instrumentos, como a harpa, a percussão, e a partir delas construir constâncias rítmicas e tímbricas. O objetivo foi criar uma ambiência, como fez Puccini em Madama Butterfly ou Turandot”, explica.
A ópera seguinte do festival será La bohème, de Puccini, em versão de concerto, com regência de Malheiro, nos dias 25 e 27 de abril. E o terceiro título será As bodas de Fígaro, uma das três obras criadas por Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte. A direção musical será do maestro Marcelo de Jesus e Julianna Santos assina a concepção e a direção cênica. As récitas acontecem nos dias 14, 16 e 18 de maio.
A programação inclui ainda concertos e recitais, com árias e canções, com a participação também da OCA, Orquestra de Câmara do Amazonas. “Um dos espetáculos que a OCA fará é inspirado na obra de Rossini, criado para o público infantil e que vai circular por diferentes palcos. Eles também farão apresentação para pessoas neuro divergentes”, diz Flavia Furtado, diretora executiva do festival.
“E, além disso, teremos a parceria com a Universidade do Estado do Amazonas, cuja orquestra barroca também estará na programação.” Flavia ressalta que, pela primeira vez, o Fundo Festival Amazonas de Ópera passa a ser o proponente do projeto, com anuência e apoio do governo do Estado, atraindo novos parceiros para o evento: além do Banco Bradesco, juntaram-se ao projeto a Inova, empresa da Zona Franca de Manaus, resultado de um diálogo entre a cultura e outros setores da economia do Amazonas, e a joalheria Swarovski.
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