A ópera O grande governador da Ilha dos Lagartos, escrita no século XVIII pelo português António José da Silva, conhecido como “O judeu”, será encenada esta semana na Casa da Ópera de Ouro Preto, o mais antigo teatro brasileiro em funcionamento, que completa este ano 249 anos. O projeto é uma iniciativa da Academia da Orquestra Ouro Preto e será apresentado nos dias 15, 16 e 17.
Segundo o maestro Rodrigo Toffolo, regente da Orquestra Ouro Preto, a obra foi escolhida por duas razões: por ser uma ópera escrita em português e porque, em 2019, completam-se 280 anos da morte de José da Silva. “Queremos que as pessoas sintam a história de outro jeito, ao assistir uma ópera no local que foi feito especialmente para esse tipo de espetáculo”, explica o maestro.
Um dos autores mais importantes do teatro brasileiro, António José da Silva escreveu diversas sátiras nas quais tratava dos costumes da sociedade portuguesa. Seus textos continham diversas passagens orquestrais e conjuntos cantados, razão pela qual são considerados óperas. Fez muitos inimigos e, em 1737, foi denunciado como suspeito de judaísmo à Inquisição, sendo morto em praça pública em outubro de 1739.
A Academia Orquestra Ouro Preto foi criada em março deste ano na esteira dos projetos do grupo. É formada por músicos de 18 a 28 anos de idade: atualmente, são 22 alunos, que recebem bolsas mensais. “A Academia é a materialização de um sonho antigo e mais um passo importante na história da Orquestra Ouro Preto. Queremos mostrar para esses jovens a música como modo de vida possível, e dar oportunidades de inserção no mercado, através de um trabalho prático e, sobretudo, humano. Uma maneira diferenciada de fazer música, algo que o público poderá apreciar nos concertos de estreia”, diz Toffolo.
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