‘Ópera dos Terreiros’ abre programação do XXI Festival do Theatro da Paz

O XXI Festival do Theatro da Paz, em Belém, começa nesta sexta-feira, dia 28, com a estreia da Ópera dos Terreiros, de Aldo Brizzi, produzida pelo Núcleo de Ópera da Bahia. As demais récitas acontecem nos dias 29 (com transmissão pela TV Cultura do Pará) e 30.

“A ópera é ao mesmo tempo lírica e ancestral, com toque de tambores de raiz afrobrasileira e com olhar contemporâneo”, diz Brizzi. “Apresentar esta obra em Belém é fantástico e chegar aqui com uma ópera que começa com uma viagem de barco é simbolicamente muito forte”, diz o compositor.

A história aborda uma relação amorosa entre membros da população banto, a primeira população negra a chegar ao Brasil, escravizada nas lavouras de cana-de-açúcar, e dos nagôs, cujas mulheres foram escravizadas no país para realizar serviços domésticos.

A cenografia é toda executada por mulheres paraenses que fizeram parte do Curso de Formação em Ópera do Theatro da Paz em 2021. O barco de miriti e a senzala foram feitos por Rose La Roque e Glauce Rocha.

 “Apoiar e incentivar as iniciativas artísticas e apoiar a nossa diversidade cultural com toda a sua originalidade, tradição e criatividade nos dá a garantia e a certeza de que estamos do lado certo da história da música e do fazer a ópera chegar a todas e todos, principalmente estabelecendo parcerias que agregam muito valor ao que já fazemos”, diz Jena Vieira, diretora artística do festival.

A programação do festival terá três óperas ao longo do ano, dentro de uma proposta que entende o evento como foco de atividades durante toda a temporada. Além das produções, são realizadas atividades pedagógicas com o objetivo de colaborar com a formação de cantores e profissionais das áreas técnicas. 

Em março, será produzida a ópera As bodas de Fígaro, de Mozart, uma das parcerias do compositor com o libretista Lorenzo Da Ponte. E, em dezembro, será apresentada Armida, de Lully, em parceria com o Centre de Musique Baroque de Versailles, da França.