Orquestra Ouro Preto estreia ópera de Tim Rescala baseada em Ariano Suassuna

por Redação CONCERTO 31/10/2022

Auto da compadecida não é apenas a mais conhecida obra de Ariano Suassuna. É um patrimônio da cultura nacional. Narra a história de João Grilo e Chicó, em meio a uma galeria de personagens marcantes que, a certa altura, são colocados frente a frente com Deus e o Diabo para um julgamento sobre suas ações na terra.

A temática séria, porém, é tratada por Suassuna com humor e agilidades envolventes. O livro já teve versões para o cinema, a televisão e uma ópera pelo compositor José Siqueira. E ganha agora uma nova adaptação do compositor Tim Rescala, que será apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O projeto foi idealizado pela Orquestra Ouro Preto e estreia neste final de semana no Teatro Alfa.

A melhor forma de se reverenciar um clássico não é sendo conservador, mas sim sendo livre, transformando aquilo que foi criado em uma outra coisa, diz Rescala

“Quando se pensa na ópera brasileira, em libretos, em histórias, Auto da compadecida tem um gosto todo especial, não só pela escrita de Suassuna, não só pelo sucesso que a peça e o filme fizeram com o público brasileiro, mas pelos ingredientes que essa obra prima da literatura brasileira inspira para uma grande ópera. Estamos felizes por tentar algo novo, com DNA brasileiro. São quase dois anos de pré-projeto para trazer uma proposta para a linguagem da música de concerto”, explica o maestro Rodrigo Toffolo.

Para Tim Rescala, a adaptação trouxe dois desafios. O primeiro foi se manter fiel à estrutura original da peça. O segundo, mostrar algo novo a partir do texto. “A melhor forma de se reverenciar um clássico não é sendo conservador, mas sim sendo livre, transformando aquilo que foi criado em uma outra coisa. Por isso que a gente chama a montagem de ópera buffa brasileira: ela procura ser popular, ter contato direto com a plateia, mas criando algo diferente. A gente espera ter encontrado esse novo formato”, explica o compositor.

O elenco é formado pelos tenores Fernando Portari e Jabez Lima, a soprano Marília Vargas, a mezzo soprano Carla Rizzi e o barítono Marcelo Coutinho, entre outros. A direção cênica é de Chico Pelúcio e a cenografia é assinada por Manuel Dantas Suassuna, artista plástico e filho do escritor. Depois de São Paulo, o espetáculo segue para o Rio de Janeiro (dias 29 e 30) e para Belo Horizonte (dias 9 e 10 de dezembro).

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Rodrigo Toffolo [Divulgação/Iris Zanetti]
Rodrigo Toffolo [Divulgação/Iris Zanetti]

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