Luciano Camargo: o ano da alvorada na música brasileira

Retrospectiva 2023: Luciano Camargo, regente e diretor da Uniopera 

O ano de 2023 foi o ano da alvorada. Depois do sombrio tempo da pandemia e uma retomada ainda incerta em 2022, fomos presenteados com uma nova conquista: uma temporada de sete concertos sinfônicos apresentando o Requiem de Mozart e a Paixão segundo S. João de Bach, e 18 récitas de óperas no Teatro Bradesco, em São Paulo, incluindo uma nova produção completa da ópera La traviata e a remontagem de nossa Carmen, apresentada em 2018, com novos cenários e um elenco surpreendente. Nossa aposta nos jovens talentos da ópera do Brasil – com destaque para a atuação de Jéssica Leão e Joyce Martins interpretando Violetta Válery, bem como Juliana Taino e Marly Montoni interpretando Carmen – representou uma grande realização artística e inequívoca satisfação do público, que reconhece em nossas montagens, assinadas pelo diretor cênico Rodolfo García Vázquez, a vivacidade e a ousadia que o público do século XXI espera de uma leitura contemporânea de obras do passado, em propostas interpretativas lastreadas na pesquisa acadêmica na área de ciências da performance que, desde março de 2023, passei a desenvolver como professor efetivo do Instituto de Artes da Unesp em São Paulo.

Nossa Associação Coral da Cidade de São Paulo, entidade que carrega os 21 anos de realizações independentes de concertos corais-sinfônicos e óperas, passa agora a ser conhecida pela marca Uniopera – uma união de músicos pela ópera e pela música de concerto –, que somente neste ano foi prestigiada por um público total que ultrapassou 25 mil espectadores. Com esse entusiasmo iniciaremos 2024 com um concerto cênico, apresentando os concertos La Stravaganza op. 4 de Vivaldi em uma proposta inovadora que une concerto e teatro, e anunciamos duas novas produções de ópera: O barbeiro de Sevilha de Rossini, em abril, e Turandot, a obra magna de Puccini, em novembro. Feliz ano novo para a música no Brasil! 

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