Empresa Urbia afirma que escola não será fechada e que “outros possíveis questionamentos serão respondidos na esfera judicial”
“Outros possíveis questionamentos serão respondidos na esfera judicial.” Assim a empresa Urbia, nova concessionária do Parque Ibirapuera e responsável pela gestão da Escola de Música do Auditório Ibirapuera, encerra a nota enviada em resposta a um e-mail da Revista CONCERTO. A troca de e-mails foi motivada por posts de alunos e professores em redes sociais, que protestam contra a interrupção das aulas. A empresa alega que a interrupção é temporária e que ela se dá “em decorrência da inviabilidade para a retomada das aulas presenciais devido à pandemia da Covid-19, impossibilidade de empréstimo de instrumentos musicais, bem como baixa adesão às aulas on-line”.
Nas redes sociais, alunos e professores se manifestaram reivindicando a manutenção das aulas: “A atual gestora da escola, simplesmente INTERROMPEU AS AULAS, demitiu os professores, e não colocou NENHUMA ALTERNATIVA de continuação do curso desses jovens. Só ofereceu alternativas “tapa buraco” como aulões ou workshops esporádicos (que aliás ficaram só no discurso vazio do diretor da empresa), prontamente recusados pelo corpo discente. Nem cronograma para o 2º semestre existe. E nem sequer publicaram o Regimento da Escola, mesmo passado quase 1 ano da sua gestão”, diz um post no Instagram que recebeu mais de 500 curtidas.
O Auditório Ibirapuera foi inaugurado em 2005 e esteve sob a gestão do Itaú Cultural durante quase 9 anos, até junho do ano passado, quando voltou à esfera municipal. Nesse período, fortaleceu a escola de música, que realiza a formação musical de alunos da rede pública de ensino, com ênfase na música brasileira. Foram professores da escola alguns dos maiores expoentes da música brasileira, como o saxofonista Nailor Proveta, o acordeonista Toninho Ferragutti ou a cantora Vanessa Moreno. Em seu site, o Itaú Cultural afirma que “programa de formação da Escola de Música foi reestruturado e os cursos passaram a ter cinco anos de duração. Nesta iniciativa o Itaú Cultural também garantiu a oferta de bolsas de estudo e de transporte para todos os alunos, além da circulação dos instrumentos para que pudessem estudar em suas casas”.
Em outubro do ano passado, a Urbia, empresa de sociedade anônima que será a concessionária do parque nos próximos 35 anos, assumiu a responsabilidade pela gestão da escola. Na nota divulgada, a empresa afirma que a Escola de Música do Auditório Ibirapuera não será fechada e que “assume o compromisso em manter integralmente o valor das bolsas-auxílio fornecidas aos alunos matriculados no programa e os professores serão remunerados por aula ministrada”. A Urbia afirma ainda que “as atividades serão retomadas assim que possível, respeitando os protocolos de combate à Covid-19”.
Leia abaixo a íntegra do comunicado da Urbia.
NOTA
A Urbia, gestora do Parque Ibirapuera e mais cinco parques da capital paulista, informa que a Escola de Música do Auditório Ibirapuera não será fechada. Em decorrência da inviabilidade para a retomada das aulas presenciais devido à pandemia da Covid-19, impossibilidade de empréstimo de instrumentos musicais, bem como baixa adesão às aulas on-line, suspendeu temporariamente as atividades presenciais da Escola de Música do Auditório Ibirapuera. A empresa, contudo, assume o compromisso em manter integralmente o valor das bolsas-auxílio fornecidas aos alunos matriculados no programa e os professores serão remunerados por aula ministrada. Ressalta ainda que as atividades serão retomadas assim que possível, respeitando os protocolos de combate à Covid-19. Outros possíveis questionamentos serão respondidos na esfera judicial.
Leia também
Notícias Osesp faz estreia mundial de concerto para trombone de Chick Corea
Reportagem Uma celebração do legado de Nicolau de Figueiredo, por Camila Fresca
Opinião Borba Gato e Karajan, por João Marcos Coelho
Notícias Filme sobre a maestrina Antonia Brico chega ao streaming
Revista CONCERTO O enigma de Schoenberg, por Irineu Franco Perpetuo
É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.