Faleceu no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, aos 84 anos recém completados, a pianista Ilze Trindade. Nascida no Rio de Janeiro, Ilze é um nome dos mais conhecidos tanto por sua atividade musical – em especial, camerística – como por suas iniciativas culturais. Foi diretora da Sala Cecília Meireles em 2002, sucedendo Ronaldo Miranda – de fato, em um intervalo das duas gestões de Ronaldo, com quem atuava como chefe da Divisão Artística. “Era uma pianista que amava a música de câmara”, diz o compositor. “Além de atuar com grandes músicos, destacou-se como gestora cultural em várias instituições, ficando conhecida pelo seu refinamento e delicadeza.”
Além de seu duo com o violinista João Daltro – com quem gravou o disco Celebrando em 2003 –, atuava frequentemente com outras formações. “Teve um belo trio com Michel Bessler e Marcio Malard, o Trio Rio de Janeiro, ao longo da década de 1970”, continua Ronaldo Miranda. “Mas ela tocava bastante, com destaque para as interpretações do quinteto A truta, de Schubert, para cordas e piano, com músicos diversos.”
Formada pelo Instituto de Educação do Rio de Janeiro, foi professora durante 25 anos no âmbito estadual. Cursou o Conservatório de Música, foi aluna de Lucia Branco, Jacques Klein e Henrique Niremberg e aperfeiçoou-se em Lisboa e Londres.
Dentre as atividades culturais que promoveu e produziu estão a série de Concertos Finep no Centro Cultural Francisco Mignone, a série musical do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica e o projeto Cultura é Desenvolvimento.
“Já conhecia Ilze Trindade como intérprete quando trabalhamos juntos no Centro Cultural Francisco Mignone, no final dos anos 1980, após a morte do compositor”, lembra João Guilherme Ripper. “Passei a ter mais contato com ela quando voltei do doutorado. Tinha um ótimo gosto para desenhar a programação. Ostentava uma elegância natural sem afetação; um sorriso franco e generoso sempre estampado no rosto. Era a gentileza em pessoa”.
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Comentários
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Muito triste. Minha doce e…
Muito triste. Minha doce e excelente professora no terceiro ano primário em 1956. Uma perda inconsolável para todos e para a música em nosso país.