Pesquisa aponta aumento da participação do público em eventos presenciais, mas consumo de cultura se dá principalmente por meio das plataformas digitais
O Observatório da Fundação Itaú divulgou nessa semana os resultados da quarta edição de sua pesquisa sobre Hábitos Culturais no Brasil, realizada em parceria com o Datafolha. O estudo aponta que houve um aumento do consumo cultural: 96% dos entrevistados realizaram alguma atividade cultural on-line ou presencial em 2023, contra de 89% da pesquisa anterior, de 2022.
“Estamos vivendo um ano importante para a retomada da economia da cultura, com a consolidação da volta do público e a reativação dos equipamentos”, afirma Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural, no site da Fundação Itaú.
Segundo a pesquisa, o consumo da cultura se dá principalmente por meio das plataformas digitais: em primeiro lugar, ouvir música on-line, atividade exercida por 82% dos entrevistados (80% em 2022); segue o streaming de série e filmes com 74% (70% em 2022). No consumo digital, chama a atenção o crescimento da fruição de livros online e e-books, de 30% em 2022 para 42% neste ano.
Com a superação da pandemia, o consumo cultural presencial teve um expressivo aumento, com 45% das pessoas afirmando terem participado de alguma atividade em 2023 (contra apenas 18% em 2022). Em primeiro lugar aparecem os “eventos ao ar livre em espaços públicos”, com 60% de participação entre os entrevistados. Seguem como atividades presenciais favoritas os “shows de música”, com 35%, as “festas folclóricas” (33%) e o “cinema” (33%). O estudo não discrimina concertos de música clássica.
Ainda nas atividades presenciais, os resultados apontam crescimento no público de exposições e museus (de 8% em 2022 para 26% este ano), centros culturais (de 11% para 19%) e bibliotecas (de 11% para 14%).
A pesquisa Hábitos Culturais no Brasil também demonstra como as desigualdades econômicas e educacionais interferem no acesso à cultura. Assim, por exemplo, 100% das pessoas das classes A/B participaram de atividades culturais, índice que cai para 88% nas classes D/E. Da mesma maneira, 100% dos entrevistados com formação superior completa consumiram alguma cultura, contra apenas 89% dentre os de formação fundamental.
“Esses dados são essenciais para que produtores culturais e artistas possam direcionar suas criações. Eles também são úteis para gestores públicos e privados, incentivando uma administração baseada em dados”, escreveu Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, em sua página do Linkedin. E completou: “Mais importante ainda, essas informações ajudam a sociedade a compreender a relevância da arte e da cultura para as pessoas e para o desenvolvimento do país”.
Para a pesquisa Hábitos Culturais no Brasil o Datafolha entrevistou 2.405 pessoas de todo Brasil, homens e mulheres, com idade entre 16 e 65 anos, integrantes de todas as classes econômicas. 62% se declararam negros, 31% brancos, 3% amarelos, 2% indígenas e 3% de outras etnias. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 28 de setembro com uma margem de erro máxima para o total da amostra de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Clique aqui para acessar os resultados da pesquisa no site da Fundação Itaú.
É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.