Observatório da Fundação Itaú divulga pesquisa sobre hábitos culturais 

por Redação CONCERTO 16/12/2023

Pesquisa aponta aumento da participação do público em eventos presenciais, mas consumo de cultura se dá principalmente por meio das plataformas digitais

O Observatório da Fundação Itaú divulgou nessa semana os resultados da quarta edição de sua pesquisa sobre Hábitos Culturais no Brasil, realizada em parceria com o Datafolha. O estudo aponta que houve um aumento do consumo cultural: 96% dos entrevistados realizaram alguma atividade cultural on-line ou presencial em 2023, contra de 89% da pesquisa anterior, de 2022. 

“Estamos vivendo um ano importante para a retomada da economia da cultura, com a consolidação da volta do público e a reativação dos equipamentos”, afirma Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural, no site da Fundação Itaú. 

Segundo a pesquisa, o consumo da cultura se dá principalmente por meio das plataformas digitais: em primeiro lugar, ouvir música on-line, atividade exercida por 82% dos entrevistados (80% em 2022); segue o streaming de série e filmes com 74% (70% em 2022). No consumo digital, chama a atenção o crescimento da fruição de livros online e e-books, de 30% em 2022 para 42% neste ano. 

Com a superação da pandemia, o consumo cultural presencial teve um expressivo aumento, com 45% das pessoas afirmando terem participado de alguma atividade em 2023 (contra apenas 18% em 2022). Em primeiro lugar aparecem os “eventos ao ar livre em espaços públicos”, com 60% de participação entre os entrevistados. Seguem como atividades presenciais favoritas os “shows de música”, com 35%, as “festas folclóricas” (33%) e o “cinema” (33%). O estudo não discrimina concertos de música clássica.

Ainda nas atividades presenciais, os resultados apontam crescimento no público de exposições e museus (de 8% em 2022 para 26% este ano), centros culturais (de 11% para 19%) e bibliotecas (de 11% para 14%).

A pesquisa Hábitos Culturais no Brasil também demonstra como as desigualdades econômicas e educacionais interferem no acesso à cultura. Assim, por exemplo, 100% das pessoas das classes A/B participaram de atividades culturais, índice que cai para 88% nas classes D/E. Da mesma maneira, 100% dos entrevistados com formação superior completa consumiram alguma cultura, contra apenas 89% dentre os de formação fundamental.

“Esses dados são essenciais para que produtores culturais e artistas possam direcionar suas criações. Eles também são úteis para gestores públicos e privados, incentivando uma administração baseada em dados”, escreveu Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, em sua página do Linkedin. E completou: “Mais importante ainda, essas informações ajudam a sociedade a compreender a relevância da arte e da cultura para as pessoas e para o desenvolvimento do país”.

Para a pesquisa Hábitos Culturais no Brasil o Datafolha entrevistou 2.405 pessoas de todo Brasil, homens e mulheres, com idade entre 16 e 65 anos, integrantes de todas as classes econômicas. 62% se declararam negros, 31% brancos, 3% amarelos, 2% indígenas e 3% de outras etnias. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 28 de setembro com uma margem de erro máxima para o total da amostra de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Clique aqui para acessar os resultados da pesquisa no site da Fundação Itaú.

Detalhe da arte da pesquisa Hábitos Culturais no Brasil
Detalhe da arte da pesquisa Hábitos Culturais no Brasil, da Fundação Itaú (reprodução)

 

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