Entrevista: Alessandra Costa, diretora-executiva da OS Sustenidos

por Nelson Rubens Kunze 19/08/2021

Em maio passado, após um atribulado processo de chamamento público, a organização social Sustenidos assinou com a Prefeitura o contrato de gestão do complexo Theatro Municipal de São Paulo. A entidade dirigirá o principal teatro lírico da cidade até 2026, e para isso receberá recursos públicos na ordem de R$ 100 milhões por ano, o que configura provavelmente o maior contrato de gestão da área cultural no país.

Para a elaboração da matéria de capa da edição de setembro da Revista CONCERTO – que trata do momento atual e das perspectivas do Theatro Municipal no mês em que ele completa 110 anos –, Nelson Rubens Kunze conversou com Alessandra Costa, diretora-executiva da OS Sustenidos. Leia a seguir a entrevista concedida via plataforma zoom no dia 19 de agosto.

Nelson Rubens Kunze: Agora que vocês já estão estabelecidos no TM, qual você acredita é o principal desafio do teatro?
Alessandra Costa
: Há vários desafios, mas os principais são estruturais. Percebo que a gente ainda tem de construir uma estrutura sólida de uma instituição. É claro que tem questões artísticas, mas a programação em si, a parte dos desafios artísticos, não são os mais críticos. 
Entre os desafios estruturais há a Central Técnica de Produção, que está completamente abandonada, que deixou de ter a sua função, acabou virando uma espécie de depósito. A gente tem que fazer com que ela volte a operar, que possa inclusive ser referencial para outros equipamentos. 
Mas tem também desafios de gestão. Por exemplo, toda a parte de captação de recursos e de comunicação tem que ser reativada. Isso é muito importante, porque isso traz recursos para dentro do contrato, e recursos significam aprimoramento e mais possibilidades de programação.
Tem a questão do acervo, do patrimônio material e imaterial do teatro. Isso na nossa proposta foi um ponto central, e a gente já está atacando. É preciso retomar a catalogação, fazer plano de restauração e conservação do acervo. E ele precisa ser disponibilizado. A gente quer fazer um portal.
Já na parte do educativo, a gente tem que ir além das visitas educativas. Elas são importantes, já tinha, sempre teve, vai continuar tendo. Mas a gente visualiza um educativo que seja mais expandido, que proponha atividades formativas para determinados públicos, que tenha uma interlocução com o entorno.
Acreditamos que com esse trabalho estruturante a gente fortalece o resto. A gente fortalece a sustentabilidade do complexo, com um potencial de parcerias e patrocínios, com assinaturas.

NRK: Eu acho muito bom ouvir isso, porque também acredito que a questão estruturante é a principal para a gente pensar o teatro no longo prazo. Agora, essa mesma resposta, em relação à Central Técnica de Produção, me é dada sempre que entra uma nova OS. Todo mundo fala isso, mas nunca consegue fazer. Você acha que tem condições de realmente fazer isso? Por que hoje seria diferente do que foi há dois anos, há cinco ou há dez anos? 
AC
: Eu não posso responder pelos que nos antecederam. Mas eu posso te afirmar que, sim, é possível fazer. Tem que ter um plano global, com prioridades, e é claro que não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. 
Eu posso te dar como exemplo: a questão de acervo. A gente já começou a trabalhar. A gente tem um programa de bolsas, que é para jovens artistas, pesquisadores e criadores, que este ano está focado exclusivamente na questão de acervo e da central técnica. A gente já contratou, se não me engano, 15 bolsistas, que estão todos justamente com essa missão de retomar a catalogação, a classificação, a conservação do acervo, etc.
A gente já deslocou uma equipe para ficar olhando especificamente para a Central Técnica de Produção. O primeiro passo é ver o que dá para começar a fazer com aquilo que a gente tem nas mãos. Dá para começar a limpar coisas, a ver o que fica lá e o que não fica. Dá para comprar equipamentos aos poucos. Porque você precisa de equipamentos para retomar a produção. 
E precisa de gente. Estamos fazendo remanejamentos internos para ver, com a equipe que temos, quem pode ir para a central técnica. Estamos também fazendo um plano para contratar novas pessoas. 
Só que esse é um plano que você faz de uma forma global, você vê a sua estrutura de RH inteira, você analisa todas as áreas para ver quem você precisa colocar onde e depois você vai escalonando. 
Portanto, eu não vejo nenhum impedimento em fazer a Central Técnica de Produção funcionar. Mas, de novo, tem que ir atrás de dinheiro, edital de BNDES, patrocínios específicos que queiram investir nessa área de infraestrutura. Então, não é um plano para um mês, é um plano para anos.

NRK: Em termos de programação artística, vocês anunciaram em junho um Comitê de governança de programação artística, que é formado por três membros da Fundação e ...
AC
: Não, esse não foi a gente que anunciou, não.

NRK: Foi a Fundação então?
AC
: Este comitê está previsto em contrato, um Comitê de governança de programação artística. Esse é o comitê da cláusula 7.

NRK: Ah, entendi. Digo então que em junho vocês anunciaram os nomes do Comitê de governança, de quem comporia esse comitê. Tem as pessoas da Fundação Theatro Municipal e tem as pessoas da Sustenidos. Agora, eu li ontem, existe também um Comitê curatorial para a programação de 22...
AC
: Estava em nossa proposta também, já desde o início.

NRK: Então, eu queria saber como se constrói a programação do TM? É o Comitê curatorial que faz a sugestão e o Comitê de governança referenda? Como funciona isso? 
AC
: Quando nós chegamos, não havia programação feita para além de abril, maio. Então, chegamos e tivemos de emergencialmente montar uma programação até o fim do ano. Ela foi feita de forma colegiada entre as lideranças dos corpos artísticos, a Andrea Saturnino, que é a diretora-geral do TM, eu e uma das pessoas que está no Comitê curatorial, que é o Nelson Pimenta Soares. A gente acolheu muitas das sugestões dos corpos artísticos, outras a gente provocou, que foram, aliás, super bem recebidas por todas as lideranças – foi um diálogo bastante produtivo, que fluiu muito bem.

NRK: As lideranças são os maestros dos corpos estáveis?
AC
: Sim, os maestros, mas também as comissões dos artistas, como no caso do Balé.
Já na nossa proposta, no nosso contrato, está bastante bem descrito como funciona esse fluxo. A gente propôs a criação desse Comitê curatorial, que é um colegiado com pessoas de diferentes linguagens, e a gente vai constituir a programação de forma colegiada com este comitê fazendo propostas e de novo em diálogo com os corpos artísticos. Então, corpos artísticos estão elaborando propostas, o comitê também elabora propostas, se chega em um primeiro formato. O comitê dialoga com os corpos artísticos, e nesse colegiado, que é um colegiado grande, a gente chega a uma programação. 
Acho que é tão atípico, que as pessoas não conseguem entender. Parece que tem alguma coisa... parece que estamos deixando de contar algum pedaço... Mas não, é assim mesmo! Porque, de fato, não é um jeito muito usual de se fazer uma programação. Mas funciona. A gente fez a programação de 2021 dessa forma e para 2022 estamos apostando nessa forma também.
Além disso, temos uma equipe de programação, uma equipe fixa. Porque o Comitê curatorial não é fixo, o comitê é formado por pessoas convidadas que trabalham durante 3 ou 4 meses, para fazer a programação do ano seguinte. Depois eles saem. E aí tem a equipe que faz a manutenção da programação, que cuida da operacionalização da programação. É natural que tenha uma equipe de programação dentro do teatro.
Mas quem fecha essa programação é o Comitê curatorial, em diálogo com os corpos artísticos e com a nossa moderação, digamos assim, com a nossa mediação. Quando eu digo nossa, é da Andrea, minha e dessa equipe de programação.

NRK: E o Comitê de governança, onde entra aí?
AC
: O Comitê de governança não faz programação. 
Então funciona assim: você entrega a programação – a regra ali diz que você entrega um documento com a programação do mês seguinte, mas a gente já entregou a de 2021 completa, até o fim do ano – e o que o comitê de governança faz é olhar para essa programação e ver se ela está de acordo com as diretrizes da Secretaria Municipal de Cultura, enfim, com as diretrizes da cultura como um todo. 
A gente acha isso coerente. Até porque tem diretrizes que são feitas para todos os equipamentos da prefeitura, não é? Tem temas que são abordados a cada mês em todos os equipamentos, então, a Secretaria tem lá a sua política. E esse Comitê de governança pega a programação que nós já elaboramos e vê se tem algum eventual questionamento, sugestão. Eles também têm um diálogo com a programação nesse sentido, não é? Mas a programação não é feita por este comitê.
Se você olha o regulamento desse Comitê de governança, ele trata da programação que já foi entregue para o que vai acontecer depois, entendeu?

NRK: É como se ele referendasse a programação do Comitê curatorial?
AC
: É. Nesse Comitê de governança também tem um representante das escolas, então o comitê também analisa a programação e diz: “olha isso aqui é interessante, pode ter alguma conexão com as atividades das escolas; ou nessa programação vocês deixaram de pensar em algo que possa atender de alguma forma as escolas; aqui vocês talvez possam colocar alguma outra programação no complexo”. Ou seja, eles olham de forma global e vão fazendo sugestões, ajustes, conforme o caso.
Devo dizer que também está fluindo bastante bem esse trabalho. Até o momento, temos uma grande consonância ali. Já a nossa proposta e a nossa concepção de programação têm uma consonância com as propostas políticas municipais, não é?

NRK: Vocês acabam de lançar um edital para programações no teatro. A gente identifica como um problema ocupar o palco do teatro com atividades que não sejam atividades do que acreditamos ser a vocação do teatro, que é a ópera e a música clássica. Montar uma temporada de óperas no teatro é complicado, porque tem pouco espaço, e esse pouco espaço fica ainda mais comprometido com programações de fora. Enquanto se faz só quatro óperas eventualmente ainda seja possível... 
E a outra questão que coloco é a seguinte: por que trazer coisas de fora se a gente tem os corpos estáveis que estão ali para se apresentar no teatro? Isso não é um desperdício dos valores artísticos que o teatro tem e mantém? Porque se você ocupa o palco com programações que vêm de fora, os artistas da casa não estão se apresentando.
AC
: Primeiro, a quantidade de óperas e de repertórios orquestrais, tudo isso está definido no contrato e tem metas, e a gente não tem como fugir disso. Então, está garantido que vão ser produzidas cinco óperas, no ano que vem provavelmente vai ter uma sexta. A quantidade de programas sinfônicos também, está tudo lá. Inclusive são metas mínimas, que a gente acha que elas têm que até se possível ser superadas, se houver dinheiro para isso, se houver recursos e tal. 
No entanto, a gente acredita que é bastante possível sim fazer outras programações. Não é ou isso ou aquilo. Esse ano, aliás, a gente está comprovando isso. A gente está fazendo três óperas, e a gente está fazendo tantas outras coisas. Se você olhar para a nossa programação deste ano, eu diria que 80% dela está formada por ópera, repertório das orquestras, dos coros e dos corpos artísticos. Portanto, eu acho que isso é uma falsa dicotomia, as coisas não são excludentes.
A gente tem a Praça das Artes, com a Sala do Conservatório e com todos os outros espaços. A gente tem o palco, tem as escadarias, tem as áreas externas, ou seja, é uma infinidade de coisas que dá para fazer. O edital prevê a seleção de até 10 projetos. Então eu não acho em absoluto que isso significa que vai ter menos óperas ou menos repertórios dos corpos artísticos.
Inclusive, tem um segundo edital que a gente está para publicar, também está no nosso plano de trabalho, que é um edital interno. É um edital para que artistas da casa possam fazer pequenas formações e se apresentar de forma autônoma. Porque a gente sabe que muitos artistas têm grupos não só com seus colegas, mas também com pessoas de fora do teatro. E a gente vai fazer um edital só para que esses grupos também tenham espaço de apresentação.
Eu vi a matéria de vocês (no Site CONCERTO), que menciona que não tem a palavra “ópera” ou “clássica” no edital. Mas tem música, para gente isso está compreendido ali. Quando a gente fala que as propostas podem incluir a participação dos corpos artísticos, quando a gente fala que é uma proposta de música, de artes cênicas etc., então para nós a música clássica está dentro de música, assim como a ópera também. Portanto, o edital não é um edital excludente e não tem a menor intenção de negar esta vocação. Nós estamos de acordo com essa vocação. Nós reconhecemos esta vocação. Isso é bem claro para a gente. Mas não quer dizer que só tenha isso.

NRK: O que leva a gente a fazer esse comentário é o fato do comitê ter essa constituição de pessoas que, fora a Ligiana Costa e o maestro Luiz de Godoy, são absolutamente estranhas para uma temporada do Theatro Municipal voltada para ópera, dança e música clássica... [Nota: O Comitê curatorial é formado por Bel Santos Mayer (Coordenadora do Programa de Direitos Humanos do Ibeac), Denilson Baniwa (artista e ativista dos direitos indígenas), Kleber Simões (KL Jay, do grupo de rap Racionais MC), Ligiana Costa (musicóloga), Luiz De Godoy (maestro) e Nelson Pimenta Soares (artista plástico e músico).] E a escolha dos títulos também vai surgir do diálogo do Comitê curatorial de 2022, certo? Pois então, nesse comitê eu não identifico pessoas que tenham repertório e referencial para sugerir títulos novos, raros, encomendas, obras contemporâneas, algo que seja diferente ou que vá além dos títulos comuns do século 19.
AC
: Eu acho que tanto Ligiana, como Luiz e Nelson são totalmente...

NRK:...ah sim, esses claro, mas não é desses que eu estou falando.
AC
: Mas você acha pouco? Você acha que não dá, eles em diálogo com os corpos artísticos? Acho que é perfeitamente possível. Para a gente a escolha da ópera também tem uma questão de coerência da programação. Então, o fato de, por exemplo, uma pessoa não entender de ópera, não tem problema. Ela entende de literatura, ela entende de história. Quer dizer, todos eles que estão ali colaboram para a construção da narrativa daquela programação naquele ano. 
Nosso comitê é todo mundo falando sobre tudo. Eu acho que é uma visão mais abrangente, mais interdisciplinar e, como eu falei, a gente também tem a contribuição dos próprios corpos artísticos.
Eu estou bastante segura em relação a isso. Eu fico mais segura em relação a isso do que se a gente tivesse apenas uma pessoa, aquele modelo de um diretor artístico, que fala o que vai acontecer. Isso me dá menos segurança do que várias pessoas opinando.

NRK: A nossa defesa é pela ópera e pela música clássica.
AC
: A nossa também, te juro que a gente vai defender a ópera e a música clássica!

NRK: É que passa uma sensação de um preconceito em relação à linguagem da ópera, por ser uma manifestação histórica que teve o seu apogeu no século XIX. Fica-se martelando essa coisa de que é “elitista”, para poucos, onde na verdade a ópera é um instrumento artístico muito vivo e potente. Há inúmeros exemplos de programações instigantes mundo afora. Então a gente estranha que o comitê não seja formado todo por pessoas do naipe da Ligiana e do Luiz, pelos maiores especialistas. E o maestro Roberto Minczuk, por exemplo, regente do teatro, por que ele não está no comitê?
AC
: Ele é um dos principais interlocutores. Aguarde, você será surpreendido.
Dá uma olhada na programação e vê se ela reflete esse seu temor. A programação de 2021. Tudo o que a gente tem na programação de 2021 é ópera e música clássica. É isso que a gente tem. Tem pouquíssimas coisas que não são isso. E é isso que tem que ter. A gente é super defensor, não tem nenhuma resistência, nenhum preconceito, a gente reconhece essa vocação. E é o que a gente está fazendo. 
Esse seu temor é abstrato, porque ele não se concretiza no papel. Se você olhar para nossa programação, o seu temor não está refletido lá. O que está lá é a música clássica, 90%. Aliás, quase 100% da programação é ópera. Pode ter formatos de encenação diferentes, a gente pode ter escolhido títulos assim ou assado. Mas aí tem de considerar que a gente teve restrições da pandemia, que nos levaram a escolher títulos com formatos reduzidos. Isso não foi da nossa cabeça, tem que ter orquestra reduzida, isso determinou as nossas escolhas. Mas está tudo lá.

NRK: Está bem. Talvez seja mais uma questão do discurso... Eu acho por exemplo, sinceramente, que um edital do Theatro Muncipal tem que ter a palavra “ópera”, seria natural, não ofenderia uma orientação artística como essa que vocês estão querendo implementar.
AC
: Não foi deliberado, porque quando a gente colocou “música” para a gente de fato achou que estava sendo contemplada. Mas realmente não foi deliberado, não é porque a gente não quer ópera.

NRK: Não foi deliberado, mas também não foi lembrado. Como esquecer a ópera no teatro de ópera?
AC
: Mas tem lá música, é tão evidente. Tem música, tem artes cênicas, é evidente. Não precisa escrever ópera. Não me passaria pela cabeça ter que ressaltar isso, porque para mim é muito claro...

NRK: Você já citou algumas vezes o meu xará Nelson. Quem é Nelson Pimenta Soares? 
AC
: Ele é de Minas Gerais. Ele é músico, mas ele atua mais com música nova. Ele tem um grupo que chama O grivo, que é um grupo bastante conhecido num determinado segmento. Ele é o cara que defende o repertório contemporâneo, repertório de música nova, é ele um grande defensor desse repertório e traz contribuições excelentes. Ele nos ajudou bastante com a programação deste ano, inclusive trazendo esses novos elementos, que não estavam lá. Então ele é a pessoa que fala “vamos fazer uma parceria com a Pinacoteca porque a gente tem esse tema das máquinas, vamos fazer o Varese”. Ele tem conhecimento de música amplo, profundo, que vem também da música popular, da música erudita, enfim.

NRK: Eu queria que você falasse um pouco sobre a programação de setembro. Em especial, eu queria que você detalhasse um pouco essa ideia da carroça lírica.
AC
: Eu não tenho como detalhar muito, porque o formato em si da carroça, do ponto de vista técnico, ainda não está fechado. Mas eu posso contar sobre a gênese dessa história. 
Bom, a questão da carroça sonora existe, não é uma super novidade, mas, por coincidência, aqui no meu bairro, que é Higienópolis, tem uma figura mítica, que já saiu várias vezes no jornal, que é um catador que tem uma carroça com um sistema de som razoavelmente potente. E trabalha o dia inteiro com uma música tocando. 
Quando a gente estava conversando sobre formatos alternativos para ópera, Andrea e eu, a gente chegou nesse formato das carroças. Então, são catadores de papelão, que trabalham o dia inteiro com as carroças. Eles terão carroças adaptadas para a difusão de ópera, com um sistema de som. 
A parte de imagem ainda não está fechada. A gente está fazendo uma parceria com dois coletivos, que há anos trabalham com o cruzamento de linguagens urbanas. E eles, a partir dos trabalhos que vão começar a fazer com estes catadores, vão chegar a um formato conjunto daquilo que de fato vai acontecer nessas performances. Então, essas carroças vão circular pelo centro da cidade. Como isso exatamente vai ser a gente ainda não sabe, isso vai ser decidido nas próximas semanas.

NRK: Mais uma última pergunta. Que presente você gostaria de dar para o Theatro Municipal no seu aniversário de 110 anos?
AC
: Paz de espírito. Se eu pudesse dar um presente seria paz, estabilidade para trabalhar, que as pessoas tivessem a sensação de que a turbulência passou e que vai ser possível pensar em uma construção de longo prazo. Isso eu daria de presente.

NRK: Obrigado pela entrevista.

[Clique aqui para ler a matéria de capa da edição de setembro da Revista CONCERTO.]

[Atualização: a entrevista foi editada em 04/09/2021 para inclusão dos integrantes do Comitê curatorial.]

Alessandra Costa, diretora executiva da OS Sustenidos (reprodução zoom)
Alessandra Costa, diretora executiva da OS Sustenidos (reprodução zoom)

 

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