Em carta endereçada ao diretor-presidente da Codemig, Thiago Coelho Toscano, o presidente da Conselho Regional do Sesi/MG, Flavio Roscoe Nogueira, rescindiu o contrato de gestão compartilhada da Sala Minas Gerais e do Espaço Mineraria. O acordo “deverá ser encerrado no prazo de 30 dias a contar da data desta notificação”.
A notificação afirma ainda que, “caso V. Sra. entenda que há espaço para negociar com o Instituto Cultural Filarmônica a continuidade desta parceria com o Sesi/MG, o instituto deverá manifestar publicamente sua vontade, possibilitando assim, a continuidade da execução do projeto que pretendíamos iniciar com a gestão compartilhada da sala”.
No último dia 5 de abril, a Codemig, proprietária da Sala Minas Gerais, e o Sesi/MG haviam anunciado um acordo de cooperação técnica para a gestão compartilhada da Sala Minas Gerais. Excluído das tratativas, o Instituto Cultural Filarmônica, entidade que faz a gestão da Filarmônica de Minas Gerais e da Sala Minas Gerais, teria de desocupar o espaço até o próximo dia 31 de julho. O acordo anunciado gerou grande repercussão e revolta, com ecos por todo o Brasil.
A rescisão do contrato anunciada agora pelo Sesi/MG é auspiciosa e um importante passo para a continuidade dos trabalhos da Filarmônica de Minas Gerais.
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Comentários
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Sou amigo e espectador da…
Sou amigo e espectador da Filarmônica! Recebo aliviado essa notícia! A sala Minas Gerais foi concebida e construída como um local para músicas de concerto; lá não é teatro, não é cinema, não é palco adequado para outras apresentações artísticas que não sejam orquestras e grupos de música de câmara! O sistema FIEMG/SESI entende de indústrias e eles são muito bons e competentes nisso! O Instituto Cultural Filarmônica entende de música e sala Minas Gerais! Será maravilhoso uma parceria entre ICF e o sistema FIEMG/SESI cada um fazendo o que entende muito! O poder financeiro da FIEMG se juntado ao poder cultural do ICF poderia elevar os nomes de Beagá, de Minas e do Brasil a patamares incríveis! E todos sairiam ganhando, principalmente a cultura brasileira!
Apesar de todos os…
Apesar de todos os resultados que vem apresentando ao longo destes 16 anos de trabalho, a Filarmônica de Minas enfrenta enormes dificuldades para se manter de pé. O modelo de gestão que a sustenta tem como premissa a manutenção da orquestra com recursos do tesouro público e a realização das atividades artísticas com recursos privados provenientes de captações e bilheteria. Os sucessivos governos, PSDB que a criou e, depois PT e Novo, foram entendendo que quanto mais a Organização Social gestora, o Instituto Filarmônica, fazia a parte privada, menor poderia ser a participação relativa do quinhão vindo do recurso público. Some-se a isto, a ideologia político-partidária que a deixou no limbo da radicalização tanto de esquerda como de direita, padecendo do necessário apoio dos respectivos governos. Construída para ser sede da orquestra, a Sala Minas Gerais também se tornou alvo da contenda, ora acusada de não incluir as expressões da arte popular, ora por não maximizar o uso e fazer dinheiro. Sem que o Instituto Filarmônica soubesse, um Acordo é realizado entre o governo e a Federação das Indústrias do Estado, mudando a função da Sala MG de sede da Filarmônica para “espaço multimodal” do SESI, deixando um rastro de insegurança para a orquestra e comprometendo a continuidade da rica programação artística que vem realizando. Mas a sociedade civil brasileira entendeu a trama e se uniu ao Instinto Filarmônica para impedir o mal feito. Batalha ganha mas não a guerra com enormes desafios à frente para se manter a integridade do projeto. Diomar Silveira, diretor-presidente do Instituto Cultural Filarmônica
Vida longa à Filarmônica!…
Vida longa à Filarmônica! Vocês são gigantes! Músicos e regentes de peso! Gratidão pela dedicação à música e ao nosso espaço!
Fiquei perplexo quando tomei…
Fiquei perplexo quando tomei conhecimento desse fato de o Sesi fazer gestão compartilhada com a Filarmônica. Agora estou um pouco mais aliviado ao saber do desfecho do caso. A FIEMG deveria se ocupar dos interesses da indústria mineira, que tenho lá minhas dúvidas de que esteja no rumo certo. Reclamamos qdo a iniciativa pública interfere nos assuntos da iniciativa privada, mas esse é um caso oposto que demostra que o oposto também é igualmente ruim.