Editorial

por Nelson Rubens Kunze 01/03/2020

Prezada leitora, prezado leitor,

Você tem em mãos a edição 269 da Revista CONCERTO, o guia da música clássica no Brasil. É a primeira edição da nova temporada de concertos – e nesta temporada não se fala de outra coisa: Beethoven e seus 250 anos! 

Creio que não há outro compositor na história da música que esteja tão forte em nosso imaginário quanto Beethoven. Bach? Mozart? Tchaikovsky? Nenhum deles bate a dimensão simbólica que o compositor alemão consolidou ao longo do tempo. E por quê? A resposta é, provavelmente, por Beethoven ter incorporado na música uma das grandes transformações vividas pelo mundo em todos os tempos, que foi a virada do século XVIII ao XIX, com a transição do classicismo ao romantismo, com o advento da Revolução Francesa e toda uma nova compreensão da condição humana. 

Beethoven é isso. Sua música está impregnada da revolução que mudou o mundo. E é incrível – e emocionante! – como a música, com sua imaterialidade, é potente para comunicar o espírito do compositor e do mundo. Então, aproveitemos! Vamos ouvir muito Beethoven neste ano e vamos fazê-lo dialogar com a contemporaneidade. 

A matéria de capa desta edição abre nossa série editorial “Beethoven 250”, que em todos os meses apresentará destacados músicos discorrendo sobre o compositor e sua relevância hoje. Nesta edição, o editor-executivo João Luiz Sampaio entrevistou o pianista Paul Lewis – reconhecido intérprete que neste mês se apresenta com a Osesp e em recitais solo na Sala São Paulo – e o pianista francês Vincent Coq, integrante do Trio Wanderer – também profundo conhecedor da obra de Beethoven (o Trio Wanderer fará apresentações em São Paulo). Todos os textos da série “Beethoven 250” serão reunidos em uma seção do Site CONCERTO, junto com outros artigos de nossos colunistas e colaboradores, para no fim do ano comporem uma diversificada coletânea sobre esse gênio da cultura universal. Acompanhe!

A crise que se abateu sobre o Brasil teve consequências dramáticas para o Rio de Janeiro, como se sabe. E a área cultural, claro, também sofreu. Assim, é sempre uma satisfação quando há notícias boas da cidade maravilhosa. A mais recente vem do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que desde o ano passado está construindo as bases para um funcionamento cada vez melhor e mais dinâmico. Pois a maior casa de óperas do país acaba de anunciar sua temporada 2020, como você poderá ler na página 18. A jornalista Luciana Medeiros conversou com o diretor artístico André Heller-Lopes e com o presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Aldo Mussi, para reportar sobre a nova programação.

O compositor cearense Liduino Pitombeira é um dos homenageados do Festival de Música Contemporânea Brasileira, cuja sétima edição acontece neste mês na cidade de Campinas. Liduino, autor de uma diversificada e vasta obra, formou-se nos Estados Unidos e atualmente é professor de composição na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O jornalista Irineu Franco Perpetuo conversou com o compositor, que falou de sua obra, suas ideias e seus projetos futuros.

Com técnica segura e personalidade vocal de ricos matizes tímbricos, a soprano Marly Montoni tem se destacado no circuito da ópera nacional. Neste mês, a cantora enfrenta o maior desafio de sua carreira até agora: fazer Aida no Theatro Municipal de São Paulo. Marly Montoni conversou com a jornalista Camila Fresca e contou de sua formação e do desenvolvimento de sua carreira.

Leia também os textos de nossos colunistas maestro Júlio Medaglia, jornalista João Marcos Coelho e professor Jorge Coli. Acompanhe, ainda, os lançamentos de CDs e livros e consulte o rico Roteiro Musical ilustrado da Revista CONCERTO – escolha seu programa e participe com a gente da temporada musical de sua cidade.

Um bom CONCERTO a todos!