Abracello propõe homenagem a Antonio Meneses criando o Dia do Violoncelista Brasileiro

A morte recente do maior violoncelista brasileiro, Antonio Meneses, ainda ressoa em choque e tristeza. Mas a Abracello – Associação Brasileira de Violoncelistas – se movimentou para tornar o 23 de agosto, aniversário do artista, o Dia do Violoncelista Brasileiro.  

“Antonio é patrono da nossa associação”, destaca a presidente da Abracello, a gaúcha Maria Eduarda Canabarro, que foi aluna de Meneses em Berna de 2007 a 2011. “Queremos festejá-lo e reforçar seu legado inestimável para a música e o ensino do instrumento no Brasil. Nesse primeiro ano, é apenas o lançamento da ideia, mas vamos em busca de oficialização no calendário do país.”

A Abracello nasceu em 2021, em plena pandemia – ou melhor, a segunda encarnação de uma associação de violoncelistas surgiu nesse período. “Existiu em 1965 uma associação pioneira que tinha vários grandes nomes, como Alceu Reis, Marcio Malard e Atelisa de Salles”, continua Eduarda. “Nós sentimos necessidade de fazer um resgate dessa história. Foi um movimento de vários cellistas como Hugo Pilger, Fabio Presgrave, Vania Bock e eu. Já fizemos três encontros, um deles terminou com a performance de 150 cellos no palco da Sala São Paulo. Inesquecível.”

A Abracello vai fazer o próximo encontro em novembro desse ano, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde leciona Fábio Presgrave. “Temos hoje quase 300 associados, com os braços da pedagogia, de trabalhos acadêmicos e da música popular – essa, com membros tais como Jaquinho Morelenbaum e Lui Coimbra”, conta Eduarda. "Nossa proposta é de sempre fortalecer conexões e ampliar a presença do cello no Brasil.”

Hugo Pilger, que é conselheiro da Abracello, faz um mergulho emocionado no legado de Meneses ao falar da iniciativa: “Antonio sintetiza o que é o violoncelo brasileiro. Tivemos muitos instrumentistas e solistas maravilhosos, como Aldo Parisot e Iberê Gomes Grosso, mas ele teve a capacidade de mostrar essa genialidade para o mundo e, principalmente para nós, latino-americanos”.

Pilger salienta que a homenagem abre caminho não apenas para celebrar o legado de Meneses, mas para tornar permanente a evocação de sua lembrança e sua importância. “Era um músico completo, que inspirou gerações de violoncelistas e que vai continuar inspirando pela sua genialidade e sua figura afetuosa. E foi uma pessoa incrível.”

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